Australiana condenada por tráfico na Indonésia é libertada
Depois de nove anos presa em Bali, Schapelle Corby recebeu liberdade condicional nesta segunda-feira. Porém, ela deverá permanecer no país até 2017
Uma australiana condenada por tráfico de drogas na Indonésia ganhou liberdade condicional nesta segunda-feira. Schapelle Corby, atualmente com 36 anos, foi condenada em 2005 a vinte anos de prisão por tentar entrar com 4 quilos de maconha no país. A droga estava em sua bolsa quando ela foi detida no aeroporto internacional de Bali. Ela sempre alegou inocência e seus advogados argumentaram que a droga foi colocada em sua bagagem, possivelmente por funcionários do aeroporto envolvidos com o tráfico – o que não ficou provado.
Depois de esgotar todos os recursos, a defesa de Schapelle apelou por clemência. Em 2012, a Justiça do país reduziu sua sentença em cinco anos por bom comportamento, o que abriu caminho para sua liberdade condicional. A decisão veio também depois que um exame médico indicou que a australiana sofria de depressão profunda.
Sua saída, no entanto, enfrentou entraves burocráticos dos serviços de imigração sobre a concessão de uma autorização de moradia para um estrangeiro que cumpriu pena. Ela não deverá voltar para a Austrália até o fim do período da pena, acrescido de mais um ano de condicional. Neste período até 2017, deverá morar em Bali com a irmã, que é casada com um indonésio.
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Sua libertação provocou indignação na Indonésia, onde muitos legisladores e grupos de combate às drogas dizem que a liberação da australiana vai contra as estritas leis do país. Também há críticas às autoridades, que estariam dando atenção especial ao caso – a Justiça rejeita as críticas e afirma que a libertação da prisioneira está dentro da lei.
O caso mobilizou a opinião pública da Austrália, que comemorou a notícia sobre a libertação de Schapelle, considerada por muitos vítima de um cartel e de uma justiça corrupta. Houve críticas, no entanto, ao fato de a família da australiana ter entrado numa disputa com os maiores veículos de comunicação do país para ver quem pagaria mais pela primeira entrevista exclusiva dela fora da prisão.
(Com Estadão Conteúdo e agência France-Presse)