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Aumentando tensões, China e Índia trocam acusações sobre tiros no Himalaia

Tensões aumentaram pela última vez em junho, após confronto deixar 20 mortos do lado indiano e um número desconhecido de vítimas entre os chineses

Por Da Redação
Atualizado em 8 set 2020, 17h01 - Publicado em 8 set 2020, 16h11

Os governos da China e da Índia voltaram nesta terça-feira, 8, a trocar acusações sobre tiros disparados em uma área que os dois países disputam na fronteira do Himalaia. As tensões na disputa territorial entre os dois países se agravaram após um confronto violento em junho, no qual pelo menos 20 pessoas morreram.

Segundo o Ministério da Defesa chinês nesta terça-feira, a Índia cometeu uma “grave provocação militar”, depois que soldados indianos ultrapassaram a fronteira para o lado da China, e “deram tiros para o alto”.

“Tropas indianas cruzaram ilegalmente a Linha de Controle Efetivo na margem sul do Pangong Tso e dispararam tiros de advertência contra a patrulha chinesa na noite desta segunda-feira”, afirmou o coronel Zhang Shuili, porta-voz de uma das unidades do Exército de Libertação Popular, nesta terça-feira. “As tropas chinesas foram forçadas a tomar contramedidas para estabilizar a situação”. 

Em contrapartida, a Índia alegou que foram os soldados chineses que “deram tiros para o alto para intimidar” as forças indianas.

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“O Exército de Libertação Popular tem violado abertamente acordos e realizado manobras agressivas, enquanto a aproximação nos níveis militar, diplomático e político está em andamento”, afirmou o Exército indiano em um comunicado.

A faixa mais disputada, conhecida como Linha de Controle Efetivo (LAC), separa a região indiana de Ladakh da Região Autônoma do Tibet, sob soberania chinesa.

Grande parte dos mais de 4.000 quilômetros da fronteira sino-indiana nunca foi corretamente demarcada entre os dois países, resultando em forte presença militar na área.

De acordo com uma prática antiga, para evitar um confronto militar em larga escala, as autoridades indianas e chinesas não utilizam armas de fogo ao longo da fronteira. Oficialmente, nenhum tiro foi disparado desde 1975.

As tensões voltaram a aumentar em 15 de junho, após um confronto deixar 20 mortos do lado indiano e um número desconhecido de vítimas entre os chineses. Após o episódio, comandantes dos dois exércitos se reuniram para tentar reduzir a tensão.

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Na sexta-feira 4, os ministros da Defesa dos dois países se reuniram em Moscou, na Rússia, mas o encontro acabou com uma troca de acusações, agravando a situação.

O último conflito aberto entre a Índia e a China que hoje contam juntas com mais de 2,6 bilhões de habitantes (um terço da população mundial) aconteceu em 1962, quando uma guerra relâmpago terminou com a China ocupando a região de Aksai Chin, na Caxemira.

A ocupação chinesa permanece até hoje, mesmo não sendo reconhecida como legítima pelos indianos.

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(Com AFP)

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