Audiência preliminar de Strauss-Kahn é adiada
Polícia de NY submete diretor do FMI a exame em busca de marcas de arranhões e traços de DNA da camareira que o acusa de abuso sexual
Prevista para este domingo, a audiência preliminar para a apresentação formal de acusações contra o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, foi adiada. A polícia de Nova York quer primeiro submetê-lo a mais provas. Segundo o diário americano The Wall Street Journal, Strauss-Kahn aceitou passar por exame de corpo de delito. Os investigadores acreditam que a perícia possa revelar marcas de arranhões ou traços do DNA da camareira que acusa o chefe do FMI de abuso sexual. Strauss-Kahn foi detido no sábado, pouco antes de embarcar rumo a Paris, e indiciado por tentativa de estupro, ato sexual ilícito e detenção ilegal.
Conforme seus advogados, Ben Brafman e William Taylor, o diretor do Fundo se declarará inocente das acusações quando comparecer perante um juiz em audiência preliminar, algo que se espera que ocorra ao longo das próximas horas. Brafman é um especialista no sistema penal de Nova York e já teve como cliente o cantor Michael Jackson. Taylor disse à imprensa que seu cliente está cansado, mas passa bem.
Também neste domingo, o chefe do FMI foi reconhecido pela funcionária do Sofitel New York, de 32 anos. Segundo um porta-voz da polícia, a camareira compareceu à delegacia onde Strauss-Kahn está detido e o identificou entre um grupo de homens.
A notícia da detenção de Strauss-Kahn caiu como uma bomba tanto na França, onde se dava como certa sua candidatura para as eleições presidenciais do próximo ano, como na sede do FMI em Washington. A líder do Partido Socialista francês, Martine Aubry, afirmou ter ficado surpresa com a detenção de Strauss-Kahn. “Peço a todos que esperem a realidade dos fatos e respeitem a presunção de inocência”, disse. O porta-voz do governo francês, François Baroin, também pediu respeito à “presunção de inocência”.
O porta-voz do FMI, Bill Murray, informou que também foi adiada neste domingo a reunião de urgência do conselho diretor prevista para esta tarde, em que seria abordado o escândalo envolvendo Strauss-Kahn. Com o escândalo, o diretor-assistente do FMI, John Lipsky, assumiu temporariamente a direção da instituição. Segundo o porta-voz do fundo, Bill Murray, “de acordo com os procedimentos normais no FMI”, Lipsky exerce as funções de diretor-gerente enquanto o titular não se encontra em Washington, a sede da instituição multilateral. O mandato de Strauss-Kahn à frente do FMI termina oficialmente em setembro de 2012