Conforme anunciado na terça-feira, Israel começou a deportar os ativistas que integravam a frota de seis barcos que tentou furar o bloqueio a Gaza na última segunda-feira. Mais de 120 pessoas detidas pelos militares israelenses chegaram à Jordânia nesta quarta. Os ativistas foram recebidos com festa pela multidão que os aguardavam.
Nove pessoas morreram quando a Marinha de Israel atacou, na segunda, o comboio de ajuda humanitária aos palestinos da Faixa de Gaza. Outros 30 ficaram feridos. A frota era composta por mais de 700 passageiros e cumpria a última etapa de uma missão humanitária para entregar quase 10.000 toneladas de ajuda a Gaza, território submetido a um bloqueio israelense desde 2007, quando o Hamas assumiu o controle do local.
Entre os quase 700 ativistas presos em seis barcos estão a cineasta brasileira Iara Lee, radicada nos Estados Unidos, dois políticos europeus e o escritor sueco Henning Mankell. Na Turquia, o primeiro-ministro Tayyip Erdogan, visivelmente irritado, disse ao Parlamento que “o comportamento de Israel deve definitivamente, definitivamente ser punido.”
A Organização das Nações Unidas (ONU) também cobrou uma investigação imparcial, levando o chanceler de Israel a telefonar para o secretário-geral do órgão, Ban Ki-moon, queixando-se de que seu país teria sido condenado injustamente por “ações defensivas.” Os militares israelenses dizem que seus soldados abriram fogo porque corriam grave perigo, pois foram cercados e atacados por ativistas no momento em que desembarcavam de helicóptero no navio Mavi Marmara.
Os ativistas que chegaram nesta quarta à Jordânia são de 13 países diferentes, incluindo Turquia, Malásia, Indonésia, Barein, Kuwait e Paquistão. Outros 50 turcos devem ser deportados durante o dia. Israel já anunciou que quer todos os detidos fora de seu território até quinta-feira. “Não queremos ver ativistas estrangeiros em um centro de detenção israelense, então decidimos acelerar o processo de deportação e nossa esperança é ter todos esses ativistas fora do país dentro de 48 horas”, disse o porta-voz do governo israelense, Mark Regev.