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Atirador de Toulouse morre em ação policial

Por Por Rémy Bellon e Alexandre Peyrille
22 mar 2012, 10h00

O islamita Mohamed Merah, que reivindicou a autoria de sete assassinatos, morreu nesta quinta-feira em um intenso tiroteio com as forças especiais da polícia francesa, que o mantinham encurralado há 32 horas em Toulouse, sudoeste da França.

De acordo com a polícia, Merah, francês de origem argelina e 23 anos, morreu tentando fugir ao pular pela janela do apartamento no qual estava entrincheirado, no bairro de Côté Pavée.

A tropa de elite da polícia francesa confirmou que matou o assassino de Toulouse quando ele tentava fugir pela janela de sua residência.

Um policial foi gravemente ferido no tiroteio, que durou cinco minutos. Trezentos cartuchos foram disparados dos dois lados, segundo fontes policiais.

Os agentes, precedidos por uma equipe de vídeo, entraram no fim da manhã no apartamento, avançando “passo a passo” em prevenção a eventuais explosivos.

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O jovem abriu fogo a partir do banheiro e tentou fugir saltando por uma janela, informou o ministro francês do Interior, Claude Guéant.

“Ele saltou por uma janela com uma arma na mão e continuou atirando. Depois foi encontrado morto no chão”, disse.

Um membro da Raid, a unidade de elite da polícia francesa, afirmou que nunca viu uma ação tão violenta, destacou o ministro.

Merah reivindicou a autoria dos assassinatos de três militares e de quatro membros da comunidade judaica, incluindo três crianças, em ataques executados em Toulouse e na cidade vizinha de Montauban entre 11 e 19 de março.

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Os crimes espalharam pavor e sacudiram o panorama político da França, que em 22 de abril terá o primeiro turno da eleição presidencial, na qual o presidente Nicolas Sarkozy espera obter um segundo mandato.

Guéant afirmara que Merah havia manifestado o desejo de morrer “com as armas na mão”, mas estranhara a falta de reação de Merah às fortes explosões efetuadas pela polícia durante a noite nas proximidades do apartamento, como parte de uma estratégia de desgaste psicológico.

“Temos uma prioridade, que (Merah) possa render-se para que seja entregue à justiça, e portanto capturá-lo vivo: esperamos que continue vivo. Mas é bastante estranho que não tenha reagido às cargas explosivas”, disse Guéant.

Além das explosões, a polícia cortou a luz do bairro durante a noite. Uma tentativa de mediação com parentes de Merah não teve sucesso durante a noite de quarta-feira.

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O procurador que investiga os ataques, François Molins, afirmou que a unidade de elite da polícia fez várias tentativas de entrar no apartamento na quarta-feira, mas foi recebida a tiros em todas as oportunidades. Dois agentes ficaram feridos.

O islamita não expressava nenhum pesar, exceto o de não ter provocado mais vítimas e celebrava o fato de ter “colocado a França de joelhos”, disse o ministro. Merah tinha planos de matar dois policiais de Toulouse e um militar na quarta-feira, segundo o governo.

Guéant afirmou na quarta-feira que a investigação também apontaria as possíveis conexões Merah com outras pessoas.

“É alguém vinculado a pessoas que afirma ser próximas do salafismo e da jihad” (guerra santa), disse o ministro.

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Também revelou que Merah havia participado na “jihad” na região de fronteira entre Paquistão e Afeganistão.

“Diz ser um ‘mujahedine’ (combatente de Deus), pertencer à Al-Qaeda e que desejava vingar as crianças palestinas e castigar as Forças Armadas da França por suas intervenções no exterior”, completou.

O procurador Molins revelou que Merah foi condenado 15 vezes por diversos crimes quando era menor de idade e já tinha um “perfil violento e problemas de comportamento”.

Ele também confirmou duas viagens ao Afeganistão e Paquistão de Merah, que apresentava “um perfil de autorradicalização salafista atípico”.

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“Foi ao Afeganistão sem passar pelos canais conhecidos, por seus próprios meios”, disse.

A polícia chegou ao suspeito depois de rastrear o endereço IP do computador de seu irmão. As análises dos vídeos das câmeras de vigilância e o perfil psicológico de Merah também foram decisivos para a identificação.

A morte de Mohamed Merah frustra as esperanças das autoridades francesas de capturá-lo vivo e levá-lo à justiça, mas suas conexões continuarão a ser investigadas, em um momento de grande polêmica na França sobre a vigilância das redes islamitas por parte dos serviços de inteligência, já que estes sabiam que Merah havia passado por Afeganistão e Paquistão.

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