Dezenove pessoas morreram nesta quinta-feira em um atentado contra um hotel em Mogadíscio, capital da Somália. Segundo testemunhas, um suicída que usava roupas de mulher detonou explosivos durante uma cerimônia de formatura de estudantes de medicina, ciência da computação e engenharia da Universidade Benadir. Entre os mortos estão três ministros do Governo de Transição da Somália.
“O que ocorreu hoje foi um desastre nacional”, disse o ministro somali da Informação, Dahir Mohamud Gelle. Ele confirmou que os ministros da Educação, Educação Superior e Saúde morreram na ação. Dois outros ministros de gabinete – Esportes e Turismo – se feriram. O ministro da informação acrescentou que o governo já tem fotos do responsável pela explosão.
Até o momento, nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado.
A Somália tem sido alvo de ataques desde que o ditador Mohamed Siad Barre foi deposto, em 1991. Desde então, milícias disputam o poder. Em janeiro deste ano, o xeque Saharif Ahmed, um islâmico moderado, foi eleito presidente na tentativa de estabilizar o país.
Apesar de uma campanha de repressão, o governo somali controla apenas alguns bairros de Mogadíscio, com o apoio da força de paz da União Africana (AMISON). Grandes áreas da capital são controladas pela milícia Al-Shabaab, vinculada à al-Qaeda e que busca instaurar um regime muçulmano radical na África Ocidental.
O atentado desta quinta-feira foi o pior desde junho, quando rebeldes da Al-Shabaab mataram o ministro de Segurança e outras 30 pessoas em um ataque a um hotel na cidade de Baladwayne, 300 km ao norte da capital.
(Com agência Reuters e France-Presse)