Cairo, 4 abr (EFE).- O rebelde Exército Livre Sírio (ELS) denunciou que as forças do regime de Bashar al Assad ainda não começaram a se retirar e continuam seus bombardeios nesta quarta-feira, que causaram cerca de 50 mortos.
O coronel Qasem Saadedin, porta-voz do ELS no interior da Síria, explicou à Agência Efe por telefone que as tropas do regime continuam nos mesmos locais e atacam a população civil, em oposição às informações do Governo de que tinha começado a retirada de seus soldados dos centros urbanos.
Damasco afirmou na terça-feira à Rússia que tinha começado a aplicar o plano do mediador internacional, Kofi Annan, que inclui a retirada das tropas e de armamento pesado das cidades, segundo anunciou Moscou, mas o Governo dos EUA ressaltou que não havia indícios de que este compromisso estivesse sendo cumprido.
Saadedin disse que os ataques foram mais intensos contra as cidades onde ainda são realizadas manifestações da oposição e que os bombardeios castigaram Aleppo (norte), Damasco, Deraa (sul), Homs (centro) e Deir ez Zor (este), assim como os povoados situados nas imediações destas cidades.
Os rebeldes não efetuam operações dentro das cidades para evitar danos aos civis, disse o porta-voz do ELS. De acordo com ele, a última operação lançada por seu grupo foi na terça-feira contra um comboio militar que transportava munição e armas na estrada entre Homs e Aleppo.
Os ataques das forças governamentais causaram nesta quarta-feira cerca de 50 mortos, entre eles 21 em Homs, 15 na periferia de Damasco e seis em Idleb (norte), de acordo aos dados dos opositores Comitês de Coordenação Local (CCL).
Em Homs, os bombardeios se centraram na localidade de Zafaraneh, onde uma mesquita e vários edifícios ficaram parcialmente destruídos. Também o bairro de Rabia foi alvo de bombardeios pelas tropas do regime, que tentaram invadir a região.
Os 15 mortos nos arredores da capital foram registrados por causa de uma explosão que destruiu dois edifícios na cidade de Beit Sahm. As autoridades acusaram ‘grupos terroristas’ pela responsabilidade do ataque.
Com relação a Idleb, as cidades mais afetadas foram Taftanaz, Karkush e Maaret al Numan, onde as tropas incendiaram várias casas.
Estes incidentes coincidem com as negociações do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o conteúdo de uma declaração presidencial que pretende estabelecer o dia 10 de abril como a data limite para a aplicação do plano de paz idealizado para a Síria.
Está previsto que uma equipe da ONU chegue à Síria nas próximas 24 horas para preparar o local para o eventual desdobramento de uma missão de observadores.
Segundo a ONU, desde o início dos protestos contra Bashar al Assad, há pouco mais de um ano, cerca de 9 mil pessoas morreram na Síria. EFE