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Assange pede fim de ‘perseguição’ dos Estados Unidos

Direto da embaixada do Equador em Londres, fundador do WikiLeaks falou via videoconferência em evento que pegou carona na Assembleia Geral da ONU

Por Da Redação
27 set 2012, 04h29

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, pediu nesta quarta-feira que os Estados Unidos acabem com a “perseguição” a ele, ao site e aos grupos ou pessoas que os apoiam. A declaração foi feita durante um ato organizado pelo Equador em uma sala na sede das Nações Unidas, em Nova York, onde líderes de todo o mundo se reúnem esta semana para a 67ª Assembleia Geral da ONU.

Entenda o caso

  1. • Julian Assange é acusado de agressão sexual por duas mulheres da Suécia, mas nega os crimes, diz que as relações foram consensuais e que é vítima de perseguição.
  2. • Ele foi detido em 7 de dezembro de 2010, pouco depois que o site Wikileaks, do qual é o proprietário, divulgou milhares de documentos confidenciais da diplomacia americana que revelam métodos e práticas questionáveis de muitos governos – causando constrangimentos aos EUA.
  3. • O australiano estava em prisão domiciliar na Grã-Bretanha, até que em maio de 2012 a Justiça determinou sua extradição à Suécia; desde então, ele busca meios jurídicos para ter o caso reavaliado, com medo de que Estocolmo o envie aos EUA.

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“O tempo das palavras terminou. Chegou a hora dos Estados Unidos terminaram com a perseguição ao Wikileaks, à nossa gente e às nossas fontes”, disse o australiano via videoconferência, direto da embaixada equatoriana em Londres, onde há três meses ele está refugiado à espera de um improvável salvo-conduto da Grã-Bretanha, que o permitiria seguir para o asilo político concedido pelo Equador.

O australiano voltou a pedir garantias tanto de Londres como de Estocolmo de que não será extraditado aos Estados Unidos caso resolva responder às acusações de crimes sexuais pelas quais é processado na Suécia. Assange ainda comentou a recente revelação de que os EUA o declararam “inimigo de estado”, afirmando que a decisão é “absolutamente absurda”, mas demonstra que sua vida poderia correr perigo se ele for entregue a Washington. Se essa possibilidade existir, o governo sueco garantiu que não o extraditará.

Pendência real – Até hoje, no entanto, Julian Assange não foi acusado formalmente de nenhum crime nos EUA, nem enfrenta qualquer processo no país. E, apesar do australiano constantemente se apresentar como vítima do governo americano, sua única pendência com a Justiça está na Suécia, onde é réu por delitos de natureza sexual, entre eles um estupro – um assunto que Assange não costuma comentar em discursos ou pronunciamentos, como o feito na sacada da embaixada equatoriana em Londres, quando ele mencionou uma “caça às bruxas” levada a cabo pelo governo americano.

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Na ocasião, os Estados Unidos rebateram o fundador do Wikileaks, garantindo que a acusação era absurda. A porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, declarou: “Assange está claramente tentando desviar as atenções do centro da questão, que é o julgamento por abuso sexual na Suécia, país que solicita a sua extradição”.

Diálogo – A fim de buscar resolver o impasse sobre a questão, autoridades do Equador e da Grã-Bretanha se encontram nesta quinta-feira em Nova York para, “através do diálogo”, tentar chegar a uma solução para o conflito diplomático, que ameaça se prolongar por muito tempo.

Os ministros das Relações Exteriores dos dois países, Ricardo Patiño e William Hague, irão se encontrar a partir das 10 horas (11 horas em Brasília) em um hotel da cidade. Mais uma vez, Quito espera que os britânicos assinem o salvo-conduto que será levado para a mesa de negociação.

O chefe da diplomacia equatoriana disse que seu governo está disposto a esgotar a via diplomática para resolver o caso, embora tenha admitido que não descarta a possibilidade de levar o caso para a via judicial, encaminhando o conflito para a Corte Internacional de Justiça (CIJ). Foi a primeira vez que um integrante do governo do Equador mencionou essa possibilidade, até agora só ameaçada pela defesa da Assange.

“Se após um tempo razoável os diálogos políticos e diplomáticos não avançarem, não nos restará outra alternativa a não ser recorrer às instâncias judiciais, à Corte Internacional de Justiça de Haia”, afirmou o chanceler, que preferiu não fixar prazos para isso. “Não há outra alternativa. O que querem? Que o senhor Assange fique 15 anos confinado em nossa sede diplomática?’, questionou Patiño.

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A assinatura do salvo-conduto pelo governo britânico, porém, é altamente improvável. Londres nega-se a fazer isso, alegando que tem a obrigação judicial de extraditar Assange para a Suécia.

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(Com agência EFE)

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