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Asma al Assad, o novo membro de uma ‘dinastia’ que cai em desgraça

Por Da Redação
23 mar 2012, 15h22

Milagros Sandoval.

Redação Internacional, 23 mar (EFE).- A presença da primeira-dama síria, Asma al Assad, na lista de pessoas ligadas ao regime sancionadas pela União Europeia (UE) transforma a família em uma nova ‘dinastia’ a cair em desgraça diante da comunidade internacional.

Da elite à perseguição também passaram alguns dos membros da família Mubarak do Egito, detidos ou à espera de julgamento; dos Ben Ali da Tunísia, que se exilaram; os Marcos das Filipinas e os Suharto da Indonésia.

Outros estão em interdição judicial, como os Obiang Nguema, na Guiné Equatorial, e os Duvalier haitianos, que tiveram seus bens confiscados, assim como os descendentes de Saddam Hussein e os Kadafi, cujos líderes foram executados.

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Todas essas famílias usaram o poder político do ‘patriarca’ para se beneficiar economicamente até caírem no abismo.

A última inclusão: Asma, a mulher que a revista francesa ‘Vogue’ chegou a considerar no ano passado, em plena efervescência da Primavera Árabe, como ‘um rosa no deserto’ e que, a partir desta sexta-feira, terá suas contas na Europa congeladas e não poderá viajar ao Velho Continente.

A inclusão da ‘glamorosa e chique’ Asma na ‘lista negra’ de 12 personalidades sírias, na qual também está seu marido Bashar, aconteceu pouco mais de uma semana após serem divulgados os e-mails entre o presidente e sua esposa, aos quais teve acesso o jornal britânico ‘The Guardian’.

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Neles, Asma,considerada uma das mulheres mais belas, modernas e capacitadas para o poder no Oriente Médio, surpreendeu com a frase: ‘eu sou o ditador’, ao se referir a seu marido e presidente da Síria, país que vive um conflito no qual morreram mais de oito mil pessoas, segundo a ONU, ou mais de nove mil, de acordo com os grupos da oposição.

Os e-mails da família publicados pelo ‘The Guardian’ falam da paixão de Asma pelas joias ao revelar que, no dia 19 de julho de 2011, a esposa de Assad encomendou ‘um colar turquesa com diamantes e ouro amarelo’.

Paixão semelhante, mas pelos sapatos, teve a primeira-dama filipina Imelda durante o mandato de seu marido Ferdinand Marcos (1964-1986). O casal se viu obrigado a deixar Malacañang para se exilar no Havaí (EUA) pela pressão popular.

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Imelda, conhecida como ‘a borboleta de ferro’, deixou sua coleção de três mil pares de sapatos nas Filipinas e US$ 10 bilhões dos cofres públicos nunca foram recuperados.

Uma paixão similar, mas relacionada às espetaculares mansões e carros, é a que parece sentir Teodoro Nguema, de 42 anos, considerado sucessor de seu pai Obiang à frente da Guiné Equatorial, um dos países mais ricos da África.

Além do gosto pelo esbanjamento, em seus tempos de primeira-dama do Haiti, Michelle Bennett, esposa de Jean-Claude Duvalier, era famosa por considerar a si mesma a Evita Perón de seu país e mandar exibir nos cinemas de Porto Príncipe filmes sobre a vida da esposa de Juan Domingo Perón.

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O amor pelas joias, sapatos e carros entre essas despóticas famílias governantes parece irrelevante se comparado ao que sentiram pelo dinheiro público, ao se apropriarem de milhões que acabaram em contas no exterior.

A família Jean-Claude Duvalier escondeu na Suíça 4,3 milhões de euros, uma quantidade ínfima quando comparada aos US$ 120 bilhões que Muammar Kadafi teria no exterior.

Sua ambição e beleza transformaram Leila Trabelsi, esposa do presidente Zine el Abidine Ben Ali até ser deposto em 14 de janeiro de 2011, em uma das mulheres de negócios mais odiadas da Tunísia. Depois que ambos se exilaram na Arábia Saudita, foram condenados a diversas penas de prisão por desvio de fundos públicos.

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Da mesma forma, a família Mubarak, o ex-presidente Hosni e dois de seus filhos, Alaa e Gamal, este último considerado seu sucessor, estão esperando sentença por corrupção e enriquecimento ilícito.

Porém, a pior parte na destituição do poder sentiram as famílias de Saddam Hussein e Muammar Kadafi. O primeiro morreu na forca. Seus dois filhos Uday e Qusay, caíram em combate em Mossul depois que delataram seu esconderijo e embolsaram US$ 30 milhões.

O mesmo destino tiveram os Kadafi. O líder líbio morreu em 25 de outubro de 2011 após ser humilhado. Seus filhos Khamis, Mutasim, Saif al Arab morreram; Saadi, Hannibal, Aicha e sua mulher Safiya, se exilaram, e Saif al Islam, considerado seu sucessor, foi preso e desprezado em seu próprio país.

Em 28 de janeiro de 2008, na Indonésia, o general Suharto foi enterrado com honras de Estado e sem que nenhum dos oito promotores conseguisse condená-lo por corrupção ou pela morte de cerca de 500 mil pessoas no golpe de 1965.

Os promotores só conseguiram vitórias sobre membros secundários da família Suharto, exceto no caso de Hutomo Mandala Putra, o favorito do ‘general sorridente’, condenado em 2002 a 15 anos de prisão por homicídio premeditado, pena depois rebaixada em sucessivas ocasiões. EFE

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