A última quarta-feira 6 não trouxe apenas boas notícias para Donald Trump, reeleito presidente dos Estados Unidos com superioridade retumbante sobre a rival, a democrata Kamala Harris. De acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg, as dez pessoas mais ricas do mundo ganharam, juntas, US$ 64 bilhões (cerca de R$ 363,5 bilhões, na cotação atual) com a reação positiva dos mercados à vitória do republicano.
O maior ganhador foi Elon Musk, o homem mais rico do mundo e um dos apoiadores mais expressivos de Trump. O patrimônio do dono da Tesla e do X, antigo Twitter, saltou US$ 26,5 bilhões, para um total de US$ 290 bilhões, na quarta-feira, de acordo com a Bloomberg.
Já o fundador da Amazon, Jeff Bezos, viu sua fortuna crescer US$ 7,1 bilhões em uma semana, após defender a decisão do jornal americano The Washington Post, no guarda-chuva de sua empresa, de não declarar apoio a Harris nem Trump. O cofundador da Oracle, Larry Ellison, outro apoiador da campanha republicana, viu seu patrimônio líquido aumentar US$ 5,5 bilhões na quarta-feira.
Os demais ganhadores incluem os ex-executivos da Microsoft, Bill Gates e Steve Ballmer, os ex-executivos do Google, Larry Page e Sergey Brin, e o CEO da Berkshire Hathaway, Warren Buffett. Embora nenhum desses bilionários tenha declarado apoio a um candidato específico, todos falaram a favor de candidatos e causas democratas no passado.
Recorde
A Bloomberg afirmou que o salto coletivo de US$ 64 bilhões na riqueza dos dez mais ricos do mundo foi o “maior aumento diário” desde que o índice foi criado, em 2012. O mercado acordou otimista na quarta-feira, após uma apuração concluída mais rápido que o esperado e com expectativas de que Trump inaugurará uma nova era de desregulamentação, junto a outras leis e políticas pró-negócios que os investidores acreditam que podem beneficiar o mercado de ações.
Investidores parecem estar contando com os efeitos sobre o setor produtivo de medidas como corte de impostos e alívio às restrições ambientais. No longo prazo, porém, o otimismo dá lugar à preocupação com o impacto de gastos maiores e arrecadação menor na delicada situação fiscal do país, com déficit de 7% e dívida pública superior a 100% do PIB. Durante a campanha, Trump também expôs planos de impor uma taxa universal de 10% sobre todas as importações e de 60% sobre os produtos que vêm da China, abrindo a possibilidade de retaliação em cadeia e dificultando o comércio global.
Vencer é bom para os negócios
A empresa Trump Media & Technology Group, proprietária da rede social do republicano, a Truth, também lucrou com as ações em disparada após sua vitória na quarta-feira. As ações subiram até um pico de 35%, antes de arrefecerem.
Trump é o acionista dominante na empresa conservadora de mídia social, que tem receita escassa e está perdendo dinheiro. As 114,75 milhões de ações do presidente eleito saltaram para cerca de US$ 5,3 bilhões com base nesses ganhos iniciais, bem acima dos US$ 3,9 bilhões quando a bolsa fechou no dia da Eleição.