Após manifestações, Macron diz querer ‘melhorar’ a proposta da Previdência
Sindicatos ameaçam continuar a greve mesmo com sinais de abertura do governo para alterar a proposta de reforma; paralisação já dura duas semanas
Completadas duas semanas de greve geral na França, o governo anunciou nesta quarta-feira, 18, que o presidente do país, Emmanuel Macron, está pronto para alterar o projeto de reforma da Previdência com os setores que serão afetados pelas mudanças.
Macron “não abandonará o projeto, mas está pronto para melhorá-lo, por meio de discussões com os sindicatos”, disse um porta-voz da Presidência. O governo também disse que as novas mudanças podem ser apresentadas nos próximos dias. As negociações sobre as regras da aposentadoria estarão centradas em torno das propostas de idade miníma e garantias para setores como ferroviários e professores.
Embora o primeiro-ministro, Edouard Philippe, repita que está determinado a implementar a reforma, que pretende unir os 42 regimes de aposentadorias existentes em um sistema único e aumentar a idade mínima de 62 para 64 anos, vários membros do governo deram sinais de que estão abertos ao diálogo e a possíveis alterações no projeto.
Paralelamente, o governo tenta emplacar uma trégua na greve que parou o transporte público no país, mas principalmente na capital Paris. Nesta quarta-feira, os principais representantes dos sindicatos se reuniram com Philippe e com o novo alto comissário de aposentadorias, Laurent Pietraszewski, para encontrar uma saída para a crise ou ao menos tentar evitar a paralisia dos transportes antes do recesso de Natal.
No entanto, os sindicatos à frente da greve geral afirmaram que a intenção é continuar a paralisação ignorando o Natal e Ano Novo, afim de pressionar o governo a aceitar suas reivindicações.
As demonstrações, que começaram no dia 5 de dezembro e que mobilizaram milhares de pessoas, afetaram profundamente a locomoção na capital. Oito das 16 linhas de metrô na cidade estão fechadas, os ônibus circulam pelas ruas em números reduzidos e o trânsito ultrapassavam os 350 quilômetros.
Para tentar driblar a falta de transporte e as ruas e avenidas carregadas por carros, os parisienses optaram pelo uso de bicicletas ou patinetes elétricos, mas muitos decidiram se locomoverem a pé.
(Com AFP)