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Após Líbano, Hamas diz estar ‘pronto’ para acordo de cessar-fogo em Gaza

Palestinos temem que Israel volte sua atenção total – e poderio militar – para o enclave; Negociações estão travadas há meses

Por Da Redação Atualizado em 27 nov 2024, 14h43 - Publicado em 27 nov 2024, 14h43

O grupo terrorista palestino Hamas disse estar pronto para um cessar-fogo em Gaza nesta quarta-feira, 27, após um acordo de trégua entre seu principal aliado, a milícia libanesa Hezbollah, e Israel entrar em vigor no Líbano

“Informamos os mediadores no Egito, Catar e Turquia que o Hamas está pronto para um acordo de cessar-fogo e um acordo sério para troca de prisioneiros”, disse um alto funcionário do Hamas à agência de notícias AFP, acusando Israel de ser responsável por impedir que as negociações avancem. 

O representante do Hamas Sami Abu Zuhri, por sua vez, disse à agência de notícias Reuters que o grupo palestino “aprecia o direito do Líbano e do Hezbollah de chegarem a um acordo que proteja o povo do Líbano” e que espera que a trégua “abra o caminho para um acordo que ponha fim à guerra de genocídio contra o nosso povo em Gaza.”

Abu Zuhri também responsabilizou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pelo fato das últimas negociações por um cessar-fogo não terem dado resultado, alegando que o Hamas “demonstrou alta flexibilidade para chegar a um acordo e ainda está comprometido com essa posição e interessado em chegar a um pacto que ponha fim à guerra em Gaza.”

“O problema sempre foi com Netanyahu, que sempre escapou de chegar a um acordo”, afirmou ele.

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Israel, por sua vez, acusou repetidamente o Hamas de impedir os esforços diplomáticos.

Israel invadiu a Faixa de Gaza no ano passado, depois que terroristas liderados pelo Hamas atacaram comunidades no sul do país, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando mais de 250 como reféns. Desde então, a campanha militar israelense matou mais de 43.500 pessoas, de acordo com autoridades de saúde de Gaza, e destruiu grande parte da infraestrutura do enclave.

Negociações travadas

As negociações por um cessar-fogo em Gaza estão suspensas após meses de tentativas frustradas de estabelecer um entendimento entre Israel e Hamas. O Catar, casa das principais lideranças do grupo palestino no exterior e importante mediador, afirmou que quaisquer esforços por uma trégua continuariam estagnados até que as duas partes do conflito estivessem preparadas para fazer concessões.

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Na semana passada, altos funcionários das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) disseram que existem sinais de que o Hamas estaria agora aberto a aprovar um acordo de trégua que não incluiria o fim permanente da guerra e a retirada total dos soldados israelenses de Gaza, o que antes era uma condição indiscutível para o grupo palestino. No entanto, a declaração foi contestada por outras autoridades em Tel Aviv. 

Foco em Gaza

Com a trégua da guerra no Líbano, muitos palestinos temem que Israel volte sua atenção total – e seu poderio militar – para Gaza.

Após anunciar que o estado judaico havia concordado com um cessar-fogo no Líbano, Netanyahu afirmou que o acordo com o Hezbollah permitirá que as tropas israelenses se concentrem na ameaça do Irã e na guerra em Gaza, destacando que uma das principais “razões para um cessar-fogo é separar as frentes e isolar o Hamas”.

“Desde o segundo dia da guerra, o Hamas estava contando com o Hezbollah para lutar ao seu lado. Com o Hezbollah fora de cena, o Hamas está abandonado. Aumentaremos nossa pressão sobre o Hamas e isso nos ajudará em nossa missão sagrada de libertar nossos reféns”, disse Netanyahu.

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