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Após impasse, EUA e Irã vão retomar negociações sobre acordo nuclear

Raras negociações indiretas entre Washington e Teerã foram feitas em junho, mas sem acordo; Autoridades ocidentais alertaram que tempo está se esgotando

Por Vitória Barreto 3 ago 2022, 19h37

Depois de meses de impasses, diplomatas dos Estados Unidos, do Irã e de países europeus retornam a Viena na próxima quinta-feira, 4, para mais uma tentativa de salvar o acordo sobre o programa nuclear iraniano, assinado em 2015.

Em publicação nas redes sociais, o enviado especial dos EUA para o Irã, Robert Malley, disse que está a caminho da Áustria para analisar uma proposta da UE para salvar o acordo.

“Nossas expectativas estão em xeque, mas os Estados Unidos saúdam os esforços da UE e estão preparados para uma tentativa de boa-fé de chegar a um acordo. Em breve ficará claro se o Irã está preparado para o mesmo”, disse Malley.

Em 2018, o então presidente americano Donald Trump retirou os Estados Unidos do Acordo Nuclear que considerava “o pior acordo já feito na história” e reestabeleceu sanções econômicas contra o país. Teerã, por sua vez, voltou a enriquecer urânio alegando que os americanos violaram o texto e, portanto, só iriam voltar a cumprir as demandas caso a Casa Branca retirasse as restrições econômicas e cumprisse sua parte. Em 2019, o país começou a enriquecer urânio acima do limite estabelecido pelo acordo nuclear internacional de 2015. Autoridades ocidentais alertaram que o tempo está se esgotando para restaurar o acordo antes que o programa do Irã chegue a um ponto em que não possa ser revertido.

O principal negociador iraniano, Ali Bgheri Kani, confirmou presença na reunião, enquanto o representante europeu, Enrique Mora, afirmou que “o melhor acordo possível para todas as partes está na mesa”.

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“O acordo garante benefícios econômicos claros e mensuráveis para o povo iraniano e benefícios verificáveis de não proliferação para a comunidade internacional. Convido todos os participantes a darem o último passo”, escreveu Mora.

De acordo com Mora, a base das discussões de quinta-feira será um texto proposto pelo chefe das relações exteriores da União Europeia, Josep Borrell. É esperado que o representante da delegação iraniana, por sua vez, apresente pontos como fim das sanções dos Estados Unidos e investigações as investigações de salvaguarda sobre o programa nuclear do Irã.

Raras negociações indiretas entre os Estados Unidos e o Irã sobre a questão ocorreram no Catar em junho, mas terminaram sem acordo definido. Entre os obstáculos para um acordo está a exigência de Teerã de que Washington garanta que nenhum presidente americano abandone o acordo, como feito por Trump. No entanto, o acordo em sua forma atual é um entendimento político não vinculativo, e não um tratado juridicamente vinculante.

Há também um impasse entre Washington e Teerã sobre sanções americanas à Guarda Revolucionária, à medida que o Irã exige que a unidade militar não seja mais designada pelo governo americano como um grupo terrorista.

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Em comunicado, o ministro das relações exteriores do Irã, Nasser Kanani, disse que o país quer realizar um acordo sustentável. Ele também ressaltou que espera que “outras partes também criem as condições para avançar efetivamente nas negociações, adotando as decisões necessárias e se concentrando seriamente na resolução de questões remanescentes”.

O anúncio acorre após mais uma semana de tensões e incertezas em relação ao Plano de Ação Abrangente Conjunto (JCPOA), nome formal do acordo nuclear. Na segunda-feira, Washington impôs novas sanções contra exportações petroquímicas do Irã, que respondeu horas depois com ordem de alimentar com gás “centenas” de centrífugas avançadas, acelerando ainda mais seu programa nuclear.

+Irã diz ter capacidade de criar bomba atômica, mas nega intenções bélicas

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