Apoiador de Trump, radialista americano Rush Limbaugh morre aos 70 anos
Vítima de complicações de um câncer de pulmão, ele era uma espécie de porta-voz informal da ala mais conservadora do Partido Republicano
Porta-voz da direita americana, crítico inclemente de Barack Obama e fiel apoiador de Donald Trump, o radialista Rush Limbaugh morreu, aos 70 anos, em consequência de um câncer de pulmão. O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira pela esposa de Limbaugh, Kathryn, no início do programa do marido.
“Sei que certamente não sou o Limbaugh que você sintonizou para ouvir hoje ”, disse ela. “Eu, assim como você, gostaria muito que Rush estivesse por trás deste microfone dourado agora. É com profunda tristeza que devo compartilhar com vocês diretamente que nosso amado Rush, meu maravilhoso marido, faleceu esta manhã devido a complicações de câncer de pulmão.”
Rush Limbaugh anunciou há um ano que estava com câncer de pulmão em estágio avançado. Um dia depois, o então presidente americano Trump lhe concedeu a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior honraria dos EUA, durante o discurso do Estado da União.
Não demorou para que Limbaugh voltasse ao ar. Além de continuar celebrando Trump, ele também minimizou os efeitos devastadores da pandemia e da Covid-19 – comparando-a a uma “gripe comum”. Já em outubro, às vésperas da eleição presidencial americana, os dois se reuniram em uma espécie de comício virtual. Pouco depois, o radialista anunciou que a doença havia piorado.
Limbaugh conquistou corações e mentes à direita da direita americana logo no lançamento de seu programa de rádio, durante a presidência de Ronald Reagan, que era ouvido com frequência pelo radialista. Com uma audiência de cerca de 15 milhões de ouvintes, ele se transformou em um carrasco de Barack Obama e conquistou um lugar de destaque entre os republicanos. Até a chegada de Trump, obviamente.
Assessor informal do recém-derrotado candidato à reeleição à presidência dos EUA, Limbaugh elogiou os esforços para reduzir a imigração muçulmana, cortar impostos, promover empregos americanos, revogar o Obamacare, aumentar os gastos militares e desmantelar as proteções ambientais.
Para seus críticos, ele era uma farsa que se aproveitava de uma retórica agressiva. Adotou o epíteto de “homem mais perigoso da América”, embora não tivesse nenhum poder político real e tampouco influenciasse os destinos das eleições. No entanto, ganhou muito dinheiro com sua atividade – faturava cerca de US$ 85 milhões por ano, segundo o New York Times. Casou-se quatro vezes e divorciou três vezes, sem filhos.