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Apesar dos protestos, Junta Militar garante realização de eleições no Egito

Por Da Redação
24 nov 2011, 15h13

Enrique Rubio.

Cairo, 24 nov (EFE).- A Junta Militar do Egito dispersou nesta quinta-feira as dúvidas que ainda persistiam sobre a realização das eleições legislativas a partir da próxima segunda-feira e garantiu que as Forças Armadas apoiarão a Polícia para garantir a segurança no pleito.

Diante de dezenas de meios de comunicação egípcios e internacionais, o general Mamduh Shahin acabou com as dúvidas suscitadas pelos protestos e os distúrbios que agitam o país desde o sábado passado. ‘Não atrasaremos as eleições, é nossa última palavra’, destacou.

O anúncio não contribuiu para acabar com a grande concentração na Praça Tahrir, onde foi recebido com ceticismo, mas pela primeira vez nesta semana a violência cessou graças a uma frágil trégua.

Os jovens de Tahrir acreditam que amanhã, em uma grande manifestação, reuniram centenas de milhares de egípcios para aumentar a pressão sobre os generais e os forcem a abandonar o poder imediatamente. Algo que, pelo teor das declarações de seus porta-vozes, não parece fácil.

O general Mohammed Mojtar al Mula disse na mesma entrevista coletiva que só deixarão o comando se o povo decidir em um plebiscito popular, mas essa oferta foi tão vaga quanto a do marechal Hussein Tantawi, chefe da Junta Militar, em seu discurso na terça-feira passada.

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Perante a insistência dos jornalistas, os generais alegaram que já tinham recebido o respaldo do povo egípcio no plebiscito para emendar a Constituição no último dia 19 de março e se negaram a fixar data ou condições para um hipotético plebiscito sobre sua permanência no poder.

Apesar de alguns partidos e muitos dos manifestantes em Tahrir pedirem o adiamento das eleições legislativas por motivos de segurança, o Exército deixou claro que contribuirá para seu desenvolvimento ao lado da Polícia.

Por isso mesmo, as Forças Armadas combinam a defesa da atuação policial com tímidas retratações por comentários anteriores.

O general Al Mula admitiu hoje que os agentes antidistúrbios cometeram ‘muitas violações’ durante os primeiros dias da crise, principalmente ao entrar em Tahrir para sufocar o protesto, mas ao mesmo tempo negou que tenham disparado balas de verdade, como havia sido reconhecido inclusive pelo ministro da Saúde.

Ontem à noite, outro general, Mohammed al Assar, apresentou as desculpas ao povo egípcio, em nome da Junta Militar, pelas vítimas nos violentos enfrentamentos, que já causaram pelo menos 38 mortos.

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‘Apresento as desculpas do Conselho Supremo das Forças Armadas pelas pessoas que morreram e pelos jovens que ficaram feridos’, disse Al Assar à televisão estatal.

Estas explicações não conseguiram convencer muitos na praça Tahrir, como a jovem Dina Farouk, que não escondia hoje seu temor pelo aumento da violência durante o pleito.

‘Estaria de acordo com as eleições na segunda-feira se fosse seguro, mas não acho que haja segurança suficiente. Acho que se repetirão a violência e os abusos de poder’, lamentou a jovem.

Pela primeira vez desde sábado, uma delicada trégua supervisionada pelo Exército, que se colocou como força de interposição entre os manifestantes e o Ministério do Interior, permitiu aos jovens retomar o ambiente quase festivo que caracterizou a praça nos protestos que derrubaram Hosni Mubarak em fevereiro.

Um dos médicos dos improvisados hospitais de campanha, Abdel Azif Taha, disse à Agência Efe que hoje atendeu poucas pessoas porque não houve feridos.

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‘Os únicos feridos são pessoas que desmaiam porque estão há vários dias na praça e estão extenuados’, explicou Taha. EFE

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