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Apesar da sociedade militarizada, Israel tem leis rígidas sobre armas

Desde o início da guerra contra o Hamas, porém, o governo flexibiliza leis de controle e convoca a população a se armar

Por Ernesto Neves, de Tel Aviv
Atualizado em 21 nov 2023, 15h14 - Publicado em 21 nov 2023, 14h01

Quem chega a Israel pela primeira vez fica surpreso ao ver a profusão de jovens com potentes fuzis M-16 nas costas, vários deles em momentos de lazer e descontração.

As armas são onipresentes no país. É comum ver guardas armados do lado de fora de cinemas e shopping centers, e soldados de folga vão à praia ou ao bar com uma M-16 pendurada nos ombros.

Mas a prática tem uma explicação.

Cada um dos 170.000 militares precisa estar permanentemente acompanhado de sua arma. E isso inclui não deixá-la em casa quando se vai na rua.

A prática se multiplicou ainda mais desde os atentados impetrados pelo Hamas em 7 de outubro, quando o governo convocou 360.000 reservistas para lutar em Gaza.

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Mas a regra de andar armado tem um objetivo claro: evitar que os rifles caiam em mãos erradas, como os extremistas, ou provoque acidentes.

Além disso, ao circular na rua os soldados deixam seus fuzis descarregados.

Mas Israel é bastante diferente dos Estados Unidos, por exemplo, país em que o porte de armas é um direito da população civil.

Quando os soldados israelenses terminam o seu serviço militar obrigatório – dois anos no caso das mulheres, e três no caso dos homens – eles ficam sujeitos a um rígido controle anti-arma.

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Reservista aproveita dia de sol na orla de Tel Aviv: armas ficam permanentemente descarregadas
Reservista aproveita dia de sol na orla de Tel Aviv: armas ficam permanentemente descarregadas (Ernesto Neves/VEJA)

Na verdade, é praticamente impossível para um civil israelense adquirir armas automáticas como a utilizada pelo americano Robert Card, responsável por um ataque em Lewiston, no estado do Maine, em outubro, resultado na morte de 22 pessoas.

Em Israel, os rifles de assalto, de enorme poder de fogo, são proibidos, exceto em circunstâncias especiais, como autodefesa comunitária em áreas consideradas de risco.

Ao contrário dos Estados Unidos, onde o direito de portar armas está garantido na Segunda Emenda da Constituição, o departamento de segurança pública de Israel considera a posse de armas um privilégio, não um direito.

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Os proprietários ficam limitados a possuir uma pistola e devem passar por extensos testes mentais e físicos antes de poderem receber uma arma.

“Se você for uma pessoa com histórico de violência, não receberá autorização”, diz ​Lior Nedivi, especialista israelense em armas de fogo. ​

Além disso, os proprietários podem adquirir um limite máximo de 50 cartuchos de munição por ano.

E nem todos os israelenses podem possuir armas.

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Para conseguir esse direito, é preciso ter atuado no mínimo durante dois anos como capitão do exército ou tenente.

Além disso, os residentes dos assentamentos na Cisjordânia e aqueles que lá trabalham podem possuir pistolas para autodefesa.

Outros grupos de israelitas, como caçadores profissionais e atiradores de elite, além de pessoas que transportam mercadorias perigosas, também podem possuir armas de fogo.

Uma jogada perigosa

Mas o rígido controle vem sendo testado pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Na sequência dos ataques do Hamas, o governo Netanyahu flexibilizou as leis para permitir uma expansão do porte.

Uma semana após o início da guerra, o Knesset, parlamento de Israel, aprovou uma emenda facilitando os critérios para possuir uma arma.

As estimativas são de que o número de armas possuídas por civis deverá duplicar, de 160.000 para 300.000.

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Desde de os atentados, 225.000 pessoas entraram com pedido para o porte. E essa estatística não inclui os esquadrões de emergência montados em vilarejos mais vulneráveis em regiões fronteiriças.

Além disso, o Ministério da Segurança Nacional realiza uma campanha publicitária convocando civis israelitas a comprar armas.

À noite, militares patrulham área à beira mar de Tel Aviv
À noite, militares patrulham área à beira mar de Tel Aviv (Ernesto Neves/VEJA)
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