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Apesar da ajuda russa, ditador Assad não consegue se impor sobre rebeldes

O Exército sírio contava com 300.000 homens no início do conflito, mas nos últimos quatro anos as baixas e as deserções enfraqueceram consideravelmente suas fileiras

Por Da Redação
19 out 2015, 14h06

Apesar de três semanas de bombardeios intensos por parte da Rússia, e da ajuda de seus aliados iranianos e do Hezbollah, o Exército sírio não conquistou avanços significativos diante dos rebeldes. As tropas sírias lançaram simultaneamente cinco ofensivas no norte, oeste, centro e ao redor de Damasco para debilitar os rebeldes, obrigados a combater em vários fronts, mas, segundo uma fonte de segurança síria, só conseguiram avançar ao sul da cidade de Aleppo e ao norte de Homs. “O apoio aéreo russo não consegue modificar o equilíbrio a favor do regime, porque há muitas lacunas e pontos fracos nas forças terrestres sírias”, disse Yezid Sayigh, analista do Centro Carnegie de Beirute.

As Forças Armadas sírias contavam com 300.000 homens nas unidades de combate no início do conflito, mas nos últimos quatro anos as baixas, as deserções e a resistência ao engajamento por parte de jovens aptos ao serviço militar enfraqueceram consideravelmente suas fileiras. Na tentativa de recuperar terreno, o regime, que atualmente não controla mais de 30% do território, conta com o apoio de milhares de milicianos sírios, de combatentes do Hezbollah libanês e Guardas da Revolução iranianos. Apesar da ajuda externa, “o regime não ganhou muito espaço” e “a sangria de feridos graves pode enfraquecer suas forças diante de um ataque rebelde”, afirma Chris Kozak, do Instituto de Estudos de Guerra de Washington.

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Para os especialistas, a ajuda russa, dos aliados iranianos e do Hezbollah impediu o colapso das forças armadas e, portanto, do regime comandado pelo ditador Bashar Assad, que há mais de quatro anos se mantém no poder travando uma devastadora guerra civil. A intervenção russa – mais de 500 missões em três semanas – “restabeleceu o ânimo” do exército, mas não muito mais, disse Sayigh.

Antes da ofensiva, o ânimo das tropas estava no chão e os soldados abandonavam posições de combate. Além disso, as forças armadas tinham poucos materiais de guerra sofisticados. “A aviação síria havia esgotado quase todas as suas munições e mísseis” e “só dispunha de barris explosivos de fabricação local”, afirmou Karim Bitar, do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas de Paris. No entanto, fontes próximas de Damasco, o regime e seus aliados estão preparados para um longo combate.

Solução política – O governo dos Estados Unidos tenta evitar a destruição total da Síria, o que agravaria ainda mais a crise dos refugiados, afirmou em Madri o secretário de Estado americano, John Kerry. O chefe da diplomacia americana confirmou uma reunião nos próximos dias com autoridades russas, turcas e sauditas para buscar uma solução política ao conflito. “O nível de imigração rumo à Europa é perigoso diante da dificuldade de absorção e a ameaça de vermos ainda mais refugiados chegando”, advertiu o secretário de Estado.

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Kerry expressou o temor de que, com sua intervenção militar no conflito, a Rússia busque “simplesmente manter Assad em seu lugar”. A permanência do ditador, de acordo com a diplomacia americana, “atrairia mais jihadistas e aumentaria o número de refugiados”. Mas Kerry afirmou que poderia haver outra via se Moscou buscasse uma solução política e, simultaneamente, combatesse a organização jihadista Estado Islâmico (EI).

(Da redação)

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