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Aos 94, ex-guarda de Auschwitz rompe silêncio e pede desculpas em julgamento

Reinhold Hanning é acusado de ser cúmplice de 170 mil mortes durante o regime nazista

Por Da Redação
29 abr 2016, 17h59

Aos 94 anos, o antigo guarda do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, Reinhold Hanning falou pela primeira vez nesta sexta-feira sobre os crimes cometidos durante a II Guerra Mundial. Hanning pediu “desculpas de todo o coração” por ter participado dos assassinatos em massa no campo. O guarda é acusado de ser cúmplice de 170 mil mortes.

“Permaneci em silêncio por toda a minha vida”, disse Hanning ao tribunal na cidade Detmold, na Alemanha, mais de 70 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial. “Eu me arrependo profundamente por ter sido parte da organização criminosa responsável pela morte de tantas pessoas inocentes e a destruição de incontáveis famílias”, falou o acusado, após 12 dias de julgamento. “Sinto vergonha de ter deixado que esta injustiça ocorresse e de não ter feito nada para evitá-la.”

Hanning trabalhou de janeiro de 1942 a junho de 1943 no mais notório campo de extermínio nazista, onde mais de 1 milhão de pessoas, a grande maioria judeus, foram executadas. Até agora, ele havia mantido silêncio sobre seu passado – no julgamento, seus advogados leram ante o tribunal um texto de 23 páginas que retrata seu cliente como um jovem apolítico que não pôde fazer nada para impedir sua incorporação às SS, embora já admitisse que teve conhecimento das execuções em massa.

Hanning afirmou também que nunca contou sobre seu papel no campo de concentração para sua esposa, seus filhos ou seus netos. “Ninguém na minha família sabia que eu era ativo em Auschwitz”, afirmou.

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Hanning enfrenta de dois a 15 anos de prisão, uma condenação meramente simbólica, devido à idade avançada. O julgamento é parte de uma nova onda de casos contra oficiais que trabalharam em campos de concentração nazistas. Em julgamento histórico em 2011, a corte de Munique condenou John Demjanjuk por auxiliar na morte de 28.060 judeus quando trabalhava como guarda no campo de Sobibor, mesmo sem que qualquer envolvimento direto com as mortes tenha sido provado.

(Com AFP)

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