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Ao menos 55 mortos em duplo atentado suicida em Damasco

Por Da Redação
10 Maio 2012, 09h32

Ao menos 55 pessoas morreram e 372 ficaram feridas nesta quinta-feira em um duplo atentado suicida em Damasco, um dos mais sangrentos em 14 meses de violência interna na Síria.

Os ataques ocorreram às 08h00 locais (02h00 de Brasília) de forma quase simultânea na zona de Qazzaz, no sul de Damasco, quando “as pessoas se dirigiam ao trabalho e as crianças entravam na escola”, afirmou a televisão estatal.

“Os dois atentados que foram praticados com um minuto de intervalo são ataques suicidas com carros-bomba, e deixaram 55 mortos e 372 feridos, civis e militares”, informou a TV estatal citando o Ministério do Interior, indicando que a carga explosiva utilizada pesava “mais de 1.000 quilos”.

Os atentados foram praticados diante de um edifício de nove andares no qual se localiza um escritório dos serviços de inteligência.

Trata-se “de um dos ataques mais violentos na Síria desde o início da revolta”, indicou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

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Pouco depois das explosões desta quinta, o emissário da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, condenou os “inaceitáveis” atentados de Damasco.

“Estes atos odiosos, são inaceitáveis e a violência na Síria deve parar”, indicou seu porta-voz, Ahmad Fawzi, em uma declaração escrita enviada aos meios de comunicação.

“Ele está entristecido com a perda de vidas causada pelas duas explosões e apresenta suas condolências às famílias das vítimas”, acrescentou Fawzi.

“Qualquer ação que sirva para exacerbar as tensões e aumentar o nível de violência é contraproducente para os interesses de todas as partes”, considerou o enviado da ONU na declaração.

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Como ocorre desde o início da revolta na Síria, a rede de televisão pública acusou os “terroristas”, referindo-se aos opositores ao regime de Bashar al-Assad, de terem cometido estes atentados, enquanto o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão da oposição, apontou Assad como responsável pelos ataques.

“O regime comete estes ataques para enviar duas mensagens: dizer aos observadores internacionais que estão em perigo e dar força aos seus argumentos sobre a presença de grupos armados e da Al-Qaeda na Síria”, declarou à AFP Samir Nachar, um dos dirigentes do CNS.

“Infelizmente, a lentidão da comunidade internacional no caso sírio dá mais tempo ao regime para cometer estes atos”, lamentou.

No local dos atentados, os corpos destroçados se misturavam aos automóveis destruídos e aos escombros provocados pela forte explosão, que criou uma cratera de três metros de profundidade no solo e deixou vários edifícios praticamente destruídos.

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Os serviços de emergência, ajudados pelos vizinhos, retiravam os cadáveres carbonizados dos restos dos veículos, ainda fumegantes.

“Esta é a liberdade que vocês querem? Crianças que iam à escola e funcionários que iam aos seus empregos morreram”, gritava um vizinho, atordoado em meio ao espetáculo desolador.

Estes ataques ocorrem no momento em que a comunidade internacional multiplica seus pedidos às partes em conflito na Síria para que não entrem em uma guerra civil.

A trégua instaurada no dia 12 de abril não foi respeitada e inclusive os observadores internacionais mobilizados no país foram alvos de um ataque na quarta-feira.

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Uma bomba explodiu na passagem de seu comboio e dez soldados ficaram feridos em Deraa (sul). Nesta quinta-feira, o chefe da missão de observadores, o general norueguês Robert Mood, foi ao local dos atentados.

“Nós, a comunidade internacional, estamos aqui com o povo sírio. Peço a todos dentro e fora do país que nos ajudem a colocar fim a esta violência”, disse Mood.

O último ataque em Damasco com mortos ocorreu no dia 27 de abril, quando onze pessoas perderam a vida, e o mais sangrento até o momento tinha deixado 44 mortos em dezembro de 2011.

Desde março de 2011, quando eclodiu a revolta na Síria e a violenta repressão por parte do regime, cerca de 12 mil pessoas morreram, em sua a maioria civis.

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As violações do plano de paz de Kofi Annan, levaram o ex-secretário-geral da ONU a expressar sua “profunda preocupação” por ver a Síria “afundar em uma guerra civil”.

Na quarta-feira, o chefe da ONU, Ban Ki-moon, também disse que “temia uma grande guerra civil com efeitos catastróficos para a Síria e para a região” se a violência não parar imediatamente.

As duas partes “devem perceber que não resta muito tempo” para se chegar a uma solução política, advertiu.

Annan reconheceu também que era “muito difícil convencer” o regime e os rebeldes a deixar as armas. Apenas desde 12 de abril, quando a trégua deveria teoricamente ser respeitada, mais de 800 pessoas morreram violentamente, segundo o OSDH.

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