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Annan recorre a Irã e Iraque para tentar pôr fim à crise na Síria

Por Atta Kenare
10 jul 2012, 18h08

O emissário internacional para a Síria, Kofi Annan, foi nesta terça-feira a Teerã, aliado de Damasco, e a Bagdá, onde recebeu o apoio das autoridades para seu plano de saída da crise, antes de prestar contas ao Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira.

Enquanto isso, 56 pessoas morreram no país, onde a repressão à revolta e os combates entre as forças do governo e os rebeldes deixaram mais de 17.000 mortos em cerca de 16 meses, segundo uma ONG síria.

Manifestando temores de que o conflito possa se estender para outras nações da região, Annan anunciou que prestará contas ao Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira sobre sua viagem a Teerã e Bagdá, assim como a Damasco onde se reuniu na segunda-feira com o presidente Bashar al-Assad.

Durante uma entrevista coletiva à imprensa, Kofi Annan afirmou que o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, “muito preocupado” com a situação na Síria, “apoia o plano de seis pontos” do ex-secretário-geral das Nações Unidas.

Oficialmente aceito pelo governo e pela oposição há três meses, o plano Annan, que inclui principalmente um cessar-fogo, tem sido ignorado até o momento.

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“Estou convencido de que o Conselho tomará as medidas necessárias, e decidirá o destino da Misnus, a missão dos observadores no terreno, cujo mandato expira no dia 21 de julho”, considerou.

Depois de terem chegado em meados de abril à Síria para supervisionar o cessar-fogo, os observadores da ONU tiveram que suspender em meados de junho suas operações em razão da intensificação da violência no país.

Antes de sua etapa iraquiana, Kofi Annan foi à Síria e ao Irã, aliado do governo de Bashar al-Assad. O governo iraniano manifestou o seu total apoio ao emissário internacional, considerando que ele deve “ir até o fim para trazer de volta a estabilidade e a calma à Síria e à região”.

“Há um risco de vermos a crise síria escapar a todo controle e se estender à região”, ressaltou Annan em Teerã. Neste contexto, “o Irã pode desempenhar um papel positivo”, reafirmou.

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Os Estados Unidos, que mantêm relações tensas com Teerã em razão do polêmico programa nuclear da República Islâmica, rejeitaram essa ideia.

Na segunda-feira, Annan e o presidente Assad haviam conversado sobre uma nova “abordagem” da crise.

Annan, que havia reconhecido no sábado o fracasso de seu plano, não detalhou o conteúdo do acordo entre ambos, indicando que será submetido aos rebeldes envolvidos nos combates contra o Exército em todo o país.

Em outra frente, o governo sírio, preocupado com a situação econômica, anunciou que pretende criar 25.000 empregos para os jovens no setor público, indicou a agência oficial Sana.

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Apesar da multiplicação das reuniões e das declarações, a violência não perde força na Síria, com 56 mortos nesta terça, incluindo pelo menos 18 civis, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

As forças leais ao regime bombardearam principalmente a cidade insurgente de Rastan, 160 km a noroeste de Damasco, na província de Homs, segundo o OSDH.

Segundo a ONG, o bombardeio a cidade era “violento”, enquanto militantes classificaram a situação de “trágica”, principalmente devido à falta de médicos.

A cidade de Homs (centro) também foi submetida, pelo 33º dia consecutivo, ao bombardeio do Exército, de acordo com ativistas no terreno.

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No vizinho Líbano, o Exército começou a reforçar a sua presença na fronteira com a Síria após incidentes no norte. Paris e Washington condenaram com firmeza o bombardeio do território libanês pela artilharia síria.

Já a Rússia, que se recusa até o momento a condenar o governo sírio, pediu uma nova reunião do “Grupo de Ação” sobre a Síria.

A última reunião desse grupo, realizada no final de junho em Genebra, debateu um processo de transição prevendo a formação de um governo reunindo representantes do poder e da oposição, sem mencionar a saída de Assad.

No entanto, o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão opositora, lembrou que se recusa a negociar uma transição antes da saída do presidente, um ponto que será discutido durante a visite de quarta-feira do chefe do CNS Abdel Basset Sayda a Moscou.

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Um grupo de navios de guerra russos deixou nesta terça-feira a Rússia em direção ao porto sírio de Tartous, única base naval russa no Mediterrâneo, segundo a agência Interfax, citando uma fonte militar-diplomática que assegurou que a operação “não está relacionada ao agravamento da situação na Síria”.

Os Estados Unidos não viram nada de anormal, a princípio, nessa missão.

O CNS havia pedido na segunda-feira que a Rússia parasse de fornecer armas ao regime se pretendia “manter de boas relações com o povo sírio”.

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