Nações Unidas, 8 mai (EFE).- O enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, afirmou nesta terça-feira ao Conselho de Segurança que seu plano de paz é a última oportunidade que existe para evitar uma guerra civil no país árabe, informaram fontes diplomáticas.
O ex-secretário-geral das Nações Unidas, que discursou perante o principal órgão de decisão da ONU por videoconferência em uma sessão a portas fechadas, não se mostrou muito otimista, segundo as fontes.
Annan defendeu perante os 15 membros do Conselho de Segurança que seu plano de paz, composto por seis pontos, não é ‘um compromisso sem limites, mas possivelmente é a última oportunidade para evitar uma guerra civil’, e indicou que sua aplicação é limitada.
O diplomata africano ressaltou, segundo as mesmas fontes, que o Governo de Bashar al Assad tem a responsabilidade de retirar os militares, que apesar de seus pedidos e da presença dos primeiros observadores da ONU, continuam presentes em várias regiões do país.
Ele reconheceu também que o uso de armamento pesado foi reduzido por parte das forças governamentais, mas também alertou que estava particularmente preocupado com a aparente intensificação das violações dos direitos humanos, com torturas e detenções maciças.
Annan defendeu que seu plano conduza ao diálogo político entre as autoridades e a oposição, e afirmou que a presença de observadores internacionais, cujo número já chega a 70 dos 300 aprovados pelo Conselho de Segurança, deve ajudar a criar condições adequadas no local.
A situação no país continua ‘muito preocupante’ para os membros do Conselho de Segurança, como reconheceu o embaixador da Alemanha, Peter Wittig, para quem, perante a continuação da violência, o Governo de Assad deve cumprir com ‘os requerimentos necessários’ para o cessar-fogo.
Wittig afirmou que o principal órgão internacional de segurança está unido visando ‘um rápido desdobramento dos observadores’, enquanto defendeu que os outros elementos do plano de paz não sejam esquecidos.
O objetivo é chegar a ‘um processo político’, disse o diplomata europeu, acrescentando que isso não pode acontecer ‘sem o fim da violência por parte das autoridades sírias’.
O Governo sírio e a oposição aceitaram há quatro semanas uma pausa das hostilidades que foi continuamente violada desde então.
A missão de Annan se baseia em um plano que incluía o fim completo da violência, a libertação dos presos políticos e o acesso das organizações humanitárias à população civil, assim como da imprensa internacional.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou no dia 21 de abril uma resolução para aumentar a 300 o número de observadores militares desarmados na Síria por 90 dias, dentro da chamada Missão de Supervisão das Nações Unidas na Síria (UNSMIS), cuja composição também é discutida nesta terça-feira na reunião do Conselho. EFE