Anistia Internacional diz que o Paquistão deve proteger menina cristã detida por blasfêmia
Segundo a diretora do organismo para o Sul da Ásia, Polly Truscott, o caso demonstra "a erosão do estado de direito" no país
A Anistia Internacional (AI) pediu nesta quarta-feira ao Paquistão que proteja a jovem cristã Rimsha Masih, que foi acusada por seus vizinhos de queimar folhas onde estavam escritos versículos do Corão e agora responde pelo crime de blasfêmia em uma prisão comum, podendo ser sentenciada a pena de morte.
Segundo a diretora da AI para o Sul da Ásia, Polly Truscott, o caso demonstra “a erosão do estado de direito” no Paquistão e os graves perigos que ameaçam qualquer pessoa acusada de blasfêmia.
O governo dos Estados Unidos, por sua vez, classificou a prisão da jovem paquistanesa, que seria portadora de Síndrome de Down, como um evento “profundamente perturbador” e recebeu com satisfação o anúncio do presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, de que o caso será investigado.
O caso – Alguns relatórios indicam que a menina, que teria entre 10 e 16 anos, estava queimando papéis tirados de uma lixeira para cozinhar quando foi acusada de profanar páginas escritas com versos do texto sagrado muçulmano na última sexta-feira. Organizações paquistanesas argumentam que Rimsha, que é cristã, não sabia que o papel utilizado fazia parte do livro.
Defensores dos direitos humanos alegam que o incidente ainda precisa ser esclarecido, pois as rígidas leis paquistanesas contra a blasfêmia seriam frequentemente usadas com propósitos de vingança. O caso apresenta semelhanças com outras acusações do mesmo tipo no Paquistão, que necessitam de provas materiais e que são baseadas apenas em testemunhos.
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