A atriz americana Angelina Jolie, embaixadora da boa vontade da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), visitou neste sábado (20) um campo de refugiados sírios no sul da Turquia após um encontro com o presidente do país, Recep Tayyip Erdogan.
Jolie se reuniu com famílias no acampamento de Midyat, perto da fronteira turca com a Síria e Iraque, e pediu à comunidade internacional que solucione o conflito sírio que está gerando “uma crise global”. “Apelo ao Conselho de Segurança das Nações Unidas: envie aqui seus ministros e embaixadores. Vejam a crise vocês mesmos, vejam que isto simplesmente não pode continuar. Já é hora de traçar um plano crível para alcançar uma solução política que acabe com o conflito”, declarou.
A atriz, que já havia visitado outro acampamento sírio na Turquia em 2011, se mostrou indignada com as condições de vida dos residentes e a falta de ação internacional.”É desumano esperar que todas estas famílias tolerem este tipo de vida. Todos sabemos o que é preciso fazer, temos que fazer melhor. E é óbvio que é preciso começar pela Síria”, reforçou.Coincidindo com o Dia Internacional do Refugiado, a embaixadora lembrou que o país árabe é a origem de uma crise humanitária sem precedentes.
“Estamos aqui por uma simples razão: esta região é o epicentro de uma crise global. Há quase 60 milhões de pessoas deslocadas. Isso é um de cada 122 habitantes do planeta”, ressaltou em entrevista coletiva.Dos 1,8 milhão de refugiados sírios na Turquia, 200.000 vivem em acampamentos administrados por Ancara, onde recebem alojamento, sustento e educação, enquanto o resto sobrevive por sua conta, trabalhando de forma ilegal, mas tolerada.
Angelina ainda lembrou que, embora a Turquia tenha ultrapassado o Paquistão como o país que acolhe o maior número de refugiados no mundo, no Líbano a densidade de refugiados é ainda maior. “O Líbano, onde estive ontem, acolhe uma maior densidade de deslocados: uma de cada quatro pessoas no Líbano é um refugiado sírio. As pessoas estão ficando sem lugares para onde fugir. Se fosse um iraquiano ou um sírio fugindo da violência, para onde você iria?”, perguntou.
Com EFE