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Amorim: Brasil não tem muito o que fazer sobre Honduras

Por Da Redação
29 set 2009, 18h13

O ministro das Relações Exteriores Celso Amorim disse nesta terça-feira que o Brasil “não tem muito o que fazer” em relação ao agravamento da crise política em Honduras e pode apenas “aguardar o resultado das negociações com a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Organização das Nações Unidas (ONU)”. Amorim participa de uma audiência na comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado. O chanceler voltou a defender a posição do governo brasileiro, que aceitou refugiar o presidente deposto Manuel Zelaya na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

Para reforçar sua tese de que o Brasil não teve participação na volta clandestina de Zelaya, Amorim chegou a dizer que o país negou o pedido feito pelo presidente deposto para que conseguisse um avião que o levasse de volta a Honduras. O chanceler revelou que o pedido foi feito por telefone pelo próprio Zelaya pouco depois do governo brasileiro ter cedido um avião para levar a Honduras o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza.

Para Amorim, a situação em Honduras é “única e singular nas relações internacionais” porque não se trata de um líder deposto que pediu asilo político, mas sim de um “presidente legítimo que foi deposto e que voltou ao seu país para retomar, com base em conversações, o poder”. O chanceler ainda acredita que, o Brasil tivesse negado abrigo a Zelaya, o presidente deposto poderia estar “morto” ou “planejando uma guerra civil”. “Não sei o que teria acontecido se Brasil não tivesse aceito. Ele teria sido preso, talvez morto. Ou estaria numa serra planejando uma guerra civil, uma insurreição”, disse.

“A presença do presidente Zelaya é reconhecida por toda a comunidade internacional. Tivemos uma conversa ampla com a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, e ouvi palavras de agradecimento pelo Brasil tentar restabelecer a democracia. A volta de Zelaya é um elemento positivo, propiciador do diálogo que não estava havendo porque o governo interino não tem aceito as condições internacionais”, continuou Amorim.

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O ministro ainda disse que o Brasil está empenhado em resolver logo o problema diplomático em Honduras. Segundo ele, a crise precisa ser superada antes das eleições previstas para 29 de novembro. “Se não, vão acontecer eleições que serão questionadas se forem conduzidas pelo governo interino”.

Ultimato – O ministério das Relações Exteriores de Honduras advertiu, no domingo, o Brasil para o fato de que a embaixada em Tegucigalpa perderia o status diplomático se, no prazo de 10 dias, não definisse a situação de Zelaya, refugiado desde a semana passada. “Ao dar proteção a Zelaya, o Brasil assumiu a responsabilidade pela segurança das pessoas que entraram em sua representação em Tegucigalpa, mas apesar disto Honduras dará proteção aos escritórios”, afirma o comunicado.

Nesta segunda, o governo interino disse que protegerá a embaixada, mesmo que esta perca o status diplomático. “De acordo com o costume internacional, o governo de fato continuará fornecendo proteção aos escritórios do Brasil, apesar de não existirem mais relações diplomáticas”, afirmou um comunicado da chancelaria.

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Ponto de vista: Uma pedra a remover

Depois de ter feito o que fez, o chanceler Celso Amorim acha que “não há nada a fazer sobre Honduras”. Claro que há. Já que foi de Hugo Chávez a ideia de transportar a embaixada em Tegucigalpa para o epicentro do furacão, resta ao Itamaraty conferir a Manuel Zelaya o status de asilado político e oferecer-lhe refúgio seguro em território brasileiro. Se não resolve todos os problemas, a medida elimina o maior deles.

A presença de Zelaya na embaixada é a pedra no caminho da eleição presidencial de novembro. Não importa quem a colocou. O Brasil tem o dever de removê-la.

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