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Aliado dá sinais de que Mubarak deve transferir poder ao vice hoje

Segundo secretário do partido governista, presidente falará à nação nesta noite

Por Da Redação
10 fev 2011, 13h32

Um membro sênior do partido governista disse à rede BBC que o presidente egípcio, Hosni Mubarak, está prestes a transferir o poder ao seu vice, Omar Suleiman. De acordo com o secretário geral do Partido Nacional Democrático (PND), Hossan Badrawi, Mubarak provavelmente falará à nação sobre o assunto na noite desta quinta-feira. Nos EUA, o diretor da agência de inteligência CIA, Leon Panetta, confirmou ao Congresso americano que é grande a possibilidade da renúncia ser anunciada esta noite. Os comentários ocorreram após a afirmação do primeiro-ministro, Ahmed Shafiq, de que a saída de Mubarak está sendo discutida.

Como se previsse o próximo passo do ditador, a revolta dos manifestantes que tomam as ruas do Egito pelo 17º dia consecutivo se voltou nesta quinta-feira contra Suleiman – que até então conseguia se manter imune aos protestos. O Movimento 6 de Abril, que começou a onda de reivindicação popular, exigiu a renúncia dos dois. Mubarak é acusado pela população de promover um governo corrupto, além de não cuidar das condições econômicas e sociais do país. Em comunicado postado em seu site, o grupo rejeitou o plano proposto na última terça-feira para introduzir reformas constitucionais e exigiu a saída imediata do presidente.

A oposição também não aceita que o vice assuma o poder. Os jovens do Movimento 6 de Abril condenaram o tratamento “inaceitável” dado aos manifestantes por parte dos serviços secretos. Em nota, o grupo afirma ainda que “o estilo dos serviços secretos impresso por Omar Suleiman (ex-chefe dos serviços de inteligência) em seu tratamento com os manifestantes na praça de Tahrir é inaceitável”.

Enquanto isso, as Forças Armadas dizem que tomarão “todas as medidas necessárias para proteger a nação”. Além disso, garantiram “apoiar as demandas legítimas do povo”. A televisão egípcia interrompeu toda a programação para apresentar uma gravação de um painel de oficiais militares lendo um texto, apresentado por eles como o “comunicado número um” do Conselho Supremo das Forças Armadas.

O comunicado diz que “baseado na responsabilidade das Forças Armadas e em seu comprometimento para proteger o povo e sua diligência em proteger a nação, e em apoio às legítimas demandas do povo, o Exército continuará se reunindo continuamente para examinar medidas tomadas para proteger a nação e os ganhos e ambições do grande povo egípcio.”

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Normalmente, o Conselho Supremo das Forças Armadas é comandado pelo próprio Mubarak. Nesta quinta-feira, porém, a reunião foi liderada pelo ministro da Defesa, Mohamed Tantawi, informou a rede Al-Jazira. O comunicado dos militares foi recebido com alegria pelos manifestantes na Praça Tahrir.

Os protestos ganharam força nessa semana com a adesão de médicos, enfermeiros e advogados, além da paralisação de vários setores – indústrias farmacêutica, têxtil e metalúrgica. Cerca de 62 mil motoristas de ônibus e outros trabalhadores do transporte público também estão em greve.

Oposição – No front político, um partido esquerdista da oposição egípcia afirmou que estava se retirando do diálogo nacional por reformas no país. O Partido Tagammu, que controla algumas cadeiras no Parlamento, informou em comunicado que sua decisão era baseada “na recusa do regime em atender ao mínimo das exigências do povo”.

A sigla também criticou um comentário do vice-presidente Suleiman, que advertiu na quarta-feira que a alternativa ao diálogo poderia ser um “golpe”. O Tagammu, liderado pelo senador Rifaat al-Said, normalmente age como uma oposição leal e tem apoio bem menor que a Irmandade Muçulmana.

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O governo afirmou que os partidos envolvidos no diálogo concordaram com a formação de um comitê para avaliar reformas constitucionais na primeira semana de março. A Irmandade Muçulmana disse, porém, que os resultados do encontro “foram insuficientes”, e vários grupos por trás das manifestações no país rejeitaram a oferta do regime por diálogo enquanto a principal exigência deles, a renúncia de Mubarak, não for atendida.

Investigações – Já a televisão estatal egípcia informou que a promotoria do país abriu um processo de investigação contra três ex-ministros do governo e um ex-líder do partido governista. A emissora disse que os alvos do inquérito são o ex-ministro do Comércio, Rachid Mohammed Rachid, o ex-ministro do Turismo, Zuhair Garana, e o ex-ministro da Habitação, Ahmed Maghrabi.

Ahmed Ezz, magnata do aço que já foi uma figura importante no partido governista, também é investigado. Ezz é membro do Parlamento e muito próximo do filho do presidente Hosni Mubarak, Gamal. Os três ministros eram integrantes do gabinete que Mubarak demitiu no início dos protestos contra seu governo, iniciados em 25 de janeiro. Já Ezz deixou o partido.

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