
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou nesta segunda-feira as medidas de seu plano de ajuda às montadoras do país. O pacote já é motivo de polêmica entre os países da União Europeia, que acusam o governo francês de adotar medidas protecionistas.
Ao todo, o pacote destina ao setor automotivo 6,5 bilhões de euros (cerca de 8,5 bilhões de dólares). As montadoras PSA Peugeot-Citroën, Renault e Renault Trucks receberão empréstimos do governo a uma taxa de 6% ao ano. Em troca, elas deverão se comprometer a não realizar demissões e não fechar fábricas na França.
O anúncio do pacote provocou a convocação de uma reunião de emergência entre os membros da UE para o dia 27. O pedido foi feito pelo primeiro-ministro tcheco, Mirek Topolanek. O principal ponto da polêmica é a exigência de Sarkozy de que o dinheiro seja usado pelas montadoras apenas em território francês, e não em países do Leste Europeu. “Se damos dinheiro a um setor, não é para que construa uma nova fábrica na República Tcheca ou em outro lugar”, afirmou o presidente francês.
Topolanek afirma que orientou Sarkozy sobre sua tentativa de proteger apenas a França com a ajuda às montadoras. Para o tcheco, as medidas são “claramente protecionistas”. “É inacreditável. Os últimos impulsos protecionistas, como o de Sarkozy, me levaram a chamar uma reunião extraordinária”, disse Topolanek.
As vendas de veículos na França caíram em 7,9% em janeiro, depois de uma queda de 14% em novembro e 15% em dezembro. Para a Renault, a situação é ainda pior. A montadora registrou uma queda de 20,9% nas vendas em janeiro.