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AIEA quer supervisionar segurança das centrais nucleares

Agência de Energia Atômica deveria atuar como 'polícia' das usinas, diz diretor

Por Da Redação
20 jun 2011, 22h40

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) defendeu, nesta segunda-feira, uma ampliação de seus poderes para fiscalizar a segurança da energia nuclear no mundo. As ponderações foram feitas durante uma conferência que reúne representantes de 150 países durante quatro dias em Viena, para discutir a crise na central de Fukushima, no Japão. A tragédia, que sucedeu um terremoto e um tsunami em março, se tornou o maior acidente nuclear dos últimos 25 anos.

“A confiança do público na segurança da energia nuclear foi muito abalada. No entanto, a energia nuclear vai continuar importante para muitos países”, declarou o diretor geral da agência, o japonês Yukiya Amano. “Por essa razão, precisamos verificar de forma sistemática as usinas e regular a segurança de todas as centrais nucleares”.

Sem questionar a responsabilidade dos estados a respeito de suas centrais, Amano afirmou que é preciso ir mais longe e transformar a agência em “polícia” da segurança – da mesma maneira que ocorre com a prevenção da proliferação de armas atômicas. O diretor considerou ainda que isso será possível sem a necessidade de mudar o estatuto da agência, uma opção que seria muito complexa.

Plano – Amano disse que a AIEA faria um trabalho extra de fiscalização, mas não dispensará os esforços nacionais. “As avaliações nacionais são o ponto de partida, mas devem ser complementadas com exames de especialistas internacionais da AIEA”, afirmou. Como a agência, responsável por promover a energia nuclear civil, não pode examinar cada um dos 440 reatores nucleares do mundo, ele sugeriu que as revisões aconteçam de forma seletiva. “Assim, a AIEA poderia testar uma central nuclear em cada dez, no prazo de três anos”, propôs o diretor.

Para que isso aconteça, Amano sugere que a colaboração financeira dos países à AIEA aumente. “Sei que muitos países enfrentam dificuldades financeiras e têm problemas para contribuir mais com o orçamento da AIEA. Mas, para atender às exigências crescentes de assistência em todas as áreas de segurança nuclear, temos que considerar novas formas de financiamento”, disse.

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O acidente – A agência reiterou ainda que o Japão subestimou o risco de tsunami na usina nuclear de Fukushima e não a protegeu de forma adequada. A informação já havia sido divulgada em 6 de junho. Em um documento de 167 páginas elaborado por uma equipe de 18 especialistas liderados pelo britânico Michael Weightman estão estabelecidas várias deficiências na gestão da crise por parte das autoridades nucleares japonesas. Os analistas permaneceram no país de 24 de maio a 2 de junho.

A central de Fukushima estava preparada para resistir às ondas de 5,7 metros, mas em 11 de março um tsumani de 14 metros atingiu a planta, deixando sem refrigeração os seis reatores, o que desencadeou o maior acidente nuclear dos últimos 25 anos. As medidas de proteção adicionais recomendadas como resultado de uma avaliação em 2002 – como aumento da altura das proteções contra tsunamis – não foram suficientes, indicaram os especialistas. Por isso, eles pediram a revisão de algumas normas do órgão regulador japonês para pensar sobre a experiência e os dados obtidos durante o terremoto e o posterior tsunami.

Outra crítica, desta vez sobre a gestão do desastre, indica que apesar de contar com as equipes especializadas, a complicada estrutura da usina pode levar a atrasos na hora de tomar decisões urgentes. A AIEA recomenda contar com times móveis de emergência para substituir com rapidez uma possível queda dos sistemas de alimentação elétrica das plantas, em caso de um desastre natural.

(Com agências EFE e France-Presse)

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