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Ahmadinejad sofre revés nas eleições legislativas e perde apoio no Parlamento

Por Da Redação
5 Maio 2012, 13h03

Teerã, 5 mai (EFE).- O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, sofreu um grave revés político com a ampla vitória de seus rivais nas eleições legislativas concluídas nesta sexta-feira, que dão aos grupos ultraconservadores islâmicos o controle total do Parlamento, com cerca de 80% das cadeiras.

O Executivo de Ahmadinejad, acusado pelos fundamentalistas de desviacionista e de pôr em dúvida a primazia religiosa no regime teocrático muçulmano xiita da República Islâmica, terá, em consequência, graves dificuldades para governar no ano que lhe resta no cargo.

Segundo os dados finais, faltando ainda a confirmação oficial, a maioria dos 1,14 milhão de eleitores que votaram nesta sexta-feira em Teerã no segundo turno votou nas duas listas que se apresentavam como fundamentalistas, com uma absoluta maioria de candidatos opostos a Ahmadinejad, segundo a agência de notícias local ‘Mehr’.

Entre os candidatos vencedores nas demais províncias, os fundamentalistas também parecem maioria, mas é difícil determinar sua tendência, pois os legisladores são eleitos de forma individual no Irã, sem disciplina de grupo, embora em princípio estejam incluídos em uma lista ou partido.

No segundo turno do pleito para a nona legislatura da República Islâmica, nesta sexta-feira se elegiam em 33 das 207 circunscrições os 65 deputados que não tinham obtido o número suficiente de votos no primeiro turno, no qual já foram designados 225 representantes da Assembleia Consultiva Islâmica (Parlamento) do Irã.

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Desses 65, 25 se elegiam em Teerã, maior circunscrição do país, onde, em 2 de março passado, no primeiro turno, apenas 5 obtiveram os 25% de apoio necessário para não passar ao segundo.

Em Teerã, 14 dos 25 escolhidos nesta sexta-feira estavam na lista da Frente Principalista Unida, o grupo mais próximo ao líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, que em seu dia apoiaram Ahmadinejad e agora se transformaram em seus maiores detratores.

Entre os 104 que conseguiram no primeiro turno, estes 14 e os obtidos em províncias, calcula-se que a Frente Principalista Unida terá a maior representação da próxima Câmara, cerca de 140 deputados, quase metade dos 290 do Parlamento.

Outro grupo fundamentalista, a Frente Islâmica Revolucionária da Resistência, que aceitou candidatos independentes e inclusive alguns considerados seguidores de Admadinejad, seria a segunda força na Câmara, com cerca de 90 deputados, somados os obtidos nos dois turnos.

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Restam menos de 60 cadeiras a repartir entre independentes, seguidores claros de Ahmadinejad e os poucos reformistas que ignoraram o boicote dos principais líderes deste setor, Mehdi Karroubi e Mir Hossein Mousavi, ambos em prisão domiciliar e praticamente incomunicáveis há mais de um ano.

Com estas perspectivas, Mohamad Reza Bahonar, principalista e vice-presidente do atual Parlamento, reeleito deputado, já advertiu que a próxima Câmara ‘não será obediente ao governo’, em declarações à agência de notícias local ‘Mehr’.

Na campanha para o segundo turno, o aiatolá Khamenei fez um apelo de última hora para que o povo fosse votar e recorreu ao medo ao inimigo externo para pedir a participação nas urnas, mas os poucos atos proselitistas realizados, a maioria deles pelos principalistas, estiveram centrados na luta interna pelo poder e ataques a Ahmadinejad.

A possibilidade de um acordo com as grandes potências do Grupo 5+1 – formado por Estados Unidos, França, Reino Unido, China, Rússia e Alemanha – sobre o programa nuclear iraniano e o desejo de suspensão das sanções impostas ao Irã fizeram com que os ataques ao Ocidente não fossem motivo de campanha neste segundo turno, ao contrário do que ocorreu no primeiro.

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Assim que os resultados forem oficializados e após a resolução das reivindicações, o resultado definitivo terá de ser ratificado pelo Conselho da Guarda Revolucionária, poderoso organismo religioso que supervisiona a vida política da República Islâmica, e a constituição da nova Câmara está prevista para 27 de maio. EFE

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