Ahmadinejad admite que sanções incomodam o Irã
Em entrevista a uma TV estatal, presidente do Irã afirmou que as punições afetam gravemente a nação e representam 'uma guerra total, oculta e dura'
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, admitiu que as sanções impostas pela comunidade internacional contra seu país – por esconder dados sobre seu programa nuclear – afetam gravemente a nação e representam “uma guerra total, oculta e dura”.
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Em entrevista ao canal de televisão oficial IRIB, Ahmadinejad explicou que existem obstáculos para realizar atitudes simples, como fazer transferências de dinheiro, e ressaltou que as sanções dos Estados Unidos e da União Europeia (UE) dificultam inclusive a compra de produtos básicos, como alimentos, além de atrapalhar a venda de petróleo. Ele disse, contudo, que estas barreiras serão “retiradas” por seu governo eventualmente. Ahmadinejad ainda atacou o atual sistema de gestão da Organização das Nações Unidas (ONU), que classificou como exclusivo, e o direito de veto das grandes potências no Conselho de Segurança (CS) do órgão.
Petróleo – Em 1º de julho, a UE impôs um embargo petrolífero total ao Irã, que afetou suas vendas no mundo todo, o que fez com que suas exportações desabassem neste mês. As autoridades iranianas asseguraram, no entanto, que as exportações se recuperaram em agosto, após o país receber apoio de nações asiáticas, como China, Índia e Japão.
Tanto a UE como os EUA reforçaram também as sanções financeiras a Teerã e aos bancos iranianos, inclusive o Banco Central, o que provocou graves problemas de transferência de dinheiro e dificuldades para obter divisas estrangeiras, além de cobrar e pagar as exportações e importações.
Histórico – O governo do Irã, que dificulta as averiguações da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em seu programa nuclear, é acusado de tentar desenvolver uma arma atômica, versão negada pelas autoridades, que garantem que o projeto é civil, com finalidades pacíficas.
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(Com Agências France-Presse e EFE)