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Agressão de brasileira em escola expõe xenofobia e choca Portugal

Em vídeo veiculado nas emissoras de TV portuguesas é possível ver socos e pontapés aplicados contra menina de 11 anos

Por Caio Saad Atualizado em 11 fev 2022, 18h53 - Publicado em 11 fev 2022, 11h23

Uma jovem brasileira de 11 anos foi agredida por colegas de escola na cidade portuguesa de Entroncamento, distrito de Santarém e, segundo a mãe, não recebeu qualquer apoio por parte dos responsáveis pela instituição de ensino. A agressão, ocorrida na sexta-feira 5, foi filmada por um grupo de alunos e rodou o país, expondo mais um caso de xenofobia.

No vídeo, que foi veiculado nas emissoras de TV portuguesas e rapidamente tomou as redes sociais, é possível ver socos e pontapés aplicados contra a brasileira.

Segundo a mãe da jovem, Antónia Melo, que já prestou queixa na polícia, “durante as férias de Natal ela foi ameaçada e diziam que a odiavam e que ela devia se matar”.

“Deixei o Brasil por causa da violência e não esperava, nem eu nem a minha filha, vir a passar por uma situação destas”, declarou, segundo a publicação portuguesa Jornal de Notícias. Formada em Recursos Humanos, Antônia é natural de Ipueras, Ceará, mas morava em São Gonçalo, Rio de Janeiro, antes de se mudar com a família para Portugal, em 2018.

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Em áudios enviados ao Portugal Giro, a jovem revelou que os episódios violentos na escola aconteciam “praticamente todos os dias”, e que está bem, mas sente medo de ir à escola e ser agredida novamente. A família afirmou que analisa a possibilidade de mudar de cidade.

“Estou bem, graças a Deus (…) As alunas me culparam por minha mãe tentar me proteger e falaram que não deveria ter feito denúncia. Os professores me apoiaram, se preocuparam bastante, mas as alunas continuavam implicando um pouco”, contou a jovem.

No ano passado, em outro caso contra estudantes brasileiros, os muros da Universidade Católica Portuguesa (UCP) e de uma instituição de ensino secundária em Lisboa foram pichados com insultos racistas e xenofóbicos. As inscrições falam em uma “Europa branca” e pedem que os imigrantes brasileiros “voltem para as favelas”.

Uma das pichações faz referência direta aos imigrantes brasileiros. “Zucas, voltem para as favelas. Nos vos queremos aqui”, diz a inscrição, usando o apelido pelo qual os brasileiros são conhecidos em Portugal.

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“Desde que cheguei em Lisboa já tinha passado várias situações complicadas por ser brasileira, por exemplo, um queridíssimo professor falou para eu tomar cuidado para não passar nenhuma doença tropical para a sala”, relatou a VEJA a estudante de direito Ana Luisa Tinoco na época do ocorrido. Segundo a brasileira natural de São Paulo, situações como essa se tornaram recorrentes.

Em abril de 2019, um caso semelhantes aconteceu na Universidade do Porto. Um caixote de madeira com pedras amanheceu em um corredor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL) com a seguinte frase: “Grátis se for para atirar em um ‘zuca’ (que passou na frente no mestrado)”. A inscrição foi interpretada como um convite ao apedrejamento dos brasileiros.

Os atos contra estrangeiros, no entanto, não se limitam a instituições de ensino. Em dezembro, sete militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) foram acusados de humilhar, fazer insultos racistas e xenofóbicos e até torturar vários imigrantes de Bangladesh, Nepal e Paquistão, após a divulgação de vídeos pela rede CNN Portugal.

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