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Agora é a vez de Tóquio (e lá também tem problemas)

A quatro anos do grande evento, o Japão tem dificuldades. O estádio olímpico ainda não está construído, depois de ter sido abandonado por ser caro demais

Por Da redação
Atualizado em 22 ago 2016, 08h23 - Publicado em 22 ago 2016, 08h10

Com o encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a cidade de Tóquio, que receberá a próxima edição do evento esportivo em 2020, já se mostra entusiasmada, e garante que suas Olimpíadas serão seguras, confiáveis e tranquilas, diferentes das peripécias cariocas. A imprensa japonesa não deixou de destacar a série de roubos, furtos e falhas na infraestrutura e organização que perturbaram um pouco a grande festa em uma cidade que enfrenta níveis crônicos de insegurança e violência urbana, alimentados pelo tráfico e pela pobreza. “Não existe calma diante dos roubos”, escreveu a agência de notícias Jiji, fazendo um balanço das vítimas japonesas — nove durante a primeira semana.

Entretanto, os torcedores presentes na cidade carioca suavizaram essa imagem. “No Japão, as pessoas pensam que o Brasil é um país perigoso, mas na realidade é maravilhoso, a comida é deliciosa e os habitantes são acolhedores”, disse Kazunori Takeshima, citado na sexta-feira pelo jornal em inglês Japan Times.

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Tóquio — Capital da terceira economia mundial, a dinâmica megalópole asiática de 35 milhões de habitantes garante ruas praticamente sem ladrões, trens pontuais, limpeza impecável e uma tradição de hospitalidade (a “omotenashi” japonesa). O Japão também pode supor a ausência de greves e manifestações, além de seus raros escândalos políticos, uma estabilidade que contrasta com o drama do governo brasileiro.

Os japoneses relembram os Jogos de 1964, que marcaram o retorno da ilha ao conceito de nação e apoiaram sua reconstrução após a derrota na II Guerra Mundial. Desta vez, muitos veem a oportunidade de dar juventude e vigor a um país em declínio, tanto demográfica quanto economicamente.

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A quatro anos do grande evento, o Japão acumula dificuldades. O estádio olímpico ainda não está construído, depois de o projeto ter sido abandonado por ser considerado caro demais. A nova estrutura de aço e madeira idealizada por Kengo Kuma foi desenhada sem um local para a pira, que abrigará a chama olímpica. Entre outros problemas, os organizadores tiveram que mudar o logotipo dos Jogos, porque o design escolhido foi acusado inúmeras vezes de plágio.

Custos e suborno — Mais grave ainda, a escolha de Tóquio está cercada de suspeitas de suborno que estão sendo investigados pela justiça francesa. Após esta série de escândalos, Yuriko Koike — eleita governadora de Tóquio no fim de julho depois da demissão de Yoichi Masuzoe — anunciou a criação de uma comissão para controlar a preparação dos Jogos e limitar um aumento de custos.

“Quando o Japão tem uma dívida pública esmagadora que representa aproximadamente 245% do PIB, os Jogos Olímpicos de 2020 poderiam ser um obstáculo se os custos dispararem”, considerou Robert Whiting, autor do livro sobre o Japão, em um recente artigo de opinião publicado pela imprensa.

Atentados e terremotos — Além disso, o Japão não está livre de um atentado como o ataque com gás sarin no metrô de Tóquio em 20 de março de 1995, inclusive se os riscos são considerados menores do que na Europa. E não se pode deixar de lado um ato repentino de um desequilibrado como na matança que ocorreu em 2008 no bairro de Akihabara ou, mais recentemente, em um centro para deficientes da região.

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Mesmo que a cidade esteja preparada para terremotos, Tóquio vive com a angústia de um grande terremoto na capital e, segundo o governo, existe 70% de chance que ele ocorra nos próximos 30 anos. Ainda que o epicentro fosse mais distante, a cidade seria afetada.

E, para terminar, uma questão meteorológica: em pleno mês de agosto, quando os tufões se formam na Ásia, as temperaturas superam facilmente os 30 ou 35 graus à sombra, com uma umidade superior a 80%. “Essa foi a razão pela qual os Jogos de 1964 foram transferidos para o mês de outubro”, recorda Whiting, preocupado com os riscos para os atletas e turistas.

(Com France Press)

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