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África inteira se une para exigir pedido de desculpas de Trump

Os 54 países do continente se uniram para pedir retratação de Trump por chamá-los de "pocilgas"

Por Solly Boussidan 13 jan 2018, 18h42

Que o presidente americano, Donald Trump, tem uma certa dificuldade em controlar aquilo que diz ou posta nas redes sociais, já não é novidade. No mais recente imbroglio presidencial, Trump teria se referido ao Haiti, a El Salvador e a países africanos não especificados pelo termo chulo “shitholes” (que pode ser traduzido como “buracos de merda” ou “pocilgas” em português).

O termo teria sido usado por Trump durante uma reunião para discutir os rumos da política de imigração dos Estados Unidos e veio à tona na última quinta-feira. Trump negou ter usado a expressão, mas admitiu que havia se utilizado de uma “linguagem dura” para se referir a imigrantes de alguns dos países mais pobres do planeta. A versão foi, no entanto, prontamente desmentida pelo senador democrata Dick Durbin, que participou da reunião e classificou a linguagem utilizada pelo presidente como “sórdida e racista”.

A controvérsia gerada por Trump conseguiu quase o impossível: fazer com que todos os 54 países membros da União Africana –uma organização de integração e representação continental– mais seus embaixadores na ONU convocassem uma reunião de emergência e aprovassem em pouco tempo um texto exigindo a retratação formal do comentário feito pelo presidente americano, além de um pedido de desculpas.

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“A Missão [na ONU] da União Africana deseja expressar sua fúria, desapontamento e ultraje quanto aos comentários lamentáveis feitos pelo Sr. Donald Trump, presidente dos Estados Unidos da América, que desonram a afamada crença e respeito americanos pela diversidade e pela dignidade humana”,  diz o comunicado da entidade, o qual prossegue “condenando tais comentários nos mais fortes termos” e “demandando uma retratação de ditos comentários, bem como um pedido de desculpas, não apenas aos africanos, mas a todas as pessoas afro-descendentes em todo o mundo”.

Embaixadores africanos na ONU, emitiram um segundo comunicado no qual afirmam estar “preocupados com a continuada e crescente tendência do Governo americano em relação à África e aos afro-descendentes para denegrir o continente e pessoas de cor”. Os diplomatas ainda expressaram solidariedade com o Haiti e com outros países e povos que também foram ofendidos por Trump.

De acordo com a rede de notícias americana CNN, a revolta africana em relação aos comentários de Trump pode ter impacto na capacidade de companhias dos Estados Unidos em fechar negócios no continente –uma das regiões com maior crescimento econômico no mundo–, além de complicar os esforços do Pentágono em ações de contra-terrorismo e de cooperação em questões de segurança na África.
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