África do Sul: 12.000 mineiros são demitidos após greve
Paralisações frequentemente acabam em conflitos sangrentos no país
A maior produtora de platina do mundo, Anglo American Platinum, demitiu 12.000 mineiros na sua filial da África do Sul após semanas de uma greve sem perspectiva de terminar, informou nesta sexta-feira a rede britânica BBC. A empresa calcula perdas de 82 milhões de dólares ao longo das três semanas em que 28.000 trabalhadores ficaram de braços cruzados na unidade de Rustenburgo.
A decisão de demitir 12.000 grevistas foi anunciada depois que um mineiro morreu em uma manifestação na noite de quinta-feira. Representante dos trabalhadores disseram que a polícia usou munição de verdade, apesar de as autoridades terem afirmado que apenas de balas de borracha e gás lacrimogêneo foram usados para dispersar os mineiros durante uma manifestação.
Atualmente, há 75.000 mineiros em greve na África do Sul, de acordo com a BBC. As paralisações frequentemente acabam em sangrentos combates entre mineiros e polícia. Em 16 de agosto, 34 mineiros foram mortos pelas autoridades.
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As demissões decorrentes de greves causam um clima de instabilidade no país, que tem uma taxa de desemprego de 25%. Além disso, a reputação do presidente Jacob Zuma é questionada e há reivindicações para que ele renuncie e seu vice, Kgalema Motlanthe, assuma o comando do país.