Acúmulo de algas marinhas no Caribe faz turistas cancelarem viagens
A preocupação com as algas de cor marrom e cheiro forte fez com que os governos locais liberassem verbas extras para a limpeza das praias
Autoridades caribenhas liberaram fundos extras para limpar pilhas de algas marinhas em decomposição que se acumulam nas águas do Mar do Caribe. Da República Dominicana até o país insular de Barbados, e até mesmo nas praias dos resorts mexicanos, a montanha de algas acumulada é tão grande que turistas esperando passar férias ao lado de um perfeito mar azul turquesa tiveram de cancelar suas viagens. Legisladores da ilha de Tobago consideraram o fenômeno um “desastre natural”.
As algas marrom, conhecidas como Sargassum, são comuns no litoral caribenho, mas pesquisadores afirmam que sua presença na região aumentou nos últimos anos. A matéria vegetal atrai pulgas do mar e cheira a ovo podre. As autoridades locais tiveram de autorizar o uso de recursos emergenciais para limpar as pilhas de algas, que por vezes chegam a 3 metros de altura nas áreas próximas à praia.
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A poucos meses do início da alta temporada de turismo na região, alguns governos locais estão convocando uma reunião de emergência com as quinze nações da Comunidade Caribenha. A grande preocupação é que o aparecimento das algas Sargassum se torne um problema crônico para a região mais dependente de turismo no mundo. “Este tem sido o pior ano que já vimos. Precisamos de um esforço regional, porque esta alga desagradável pode acabar afetando a imagem do Caribe”, afirmou Christopher James, presidente da Associação de Hotéis e Turismo de Tobago, ao jornal The Guardian.
Existem várias hipóteses sobre o que pode estar causando esse aumento de algas marinhas, que cientistas acreditam ter começado em 2011, juntamente com alterações na temperatura do oceano e nas correntes marítimas, ocasionados pelas mudanças climáticas. Alguns pesquisadores afirmam que a multiplicação das algas aconteceu principalmente devido a maior presença de nutrientes na terra e poluentes na água, entre eles fertilizantes e água de esgoto.
Um fenômeno parecido com o vivido atualmente no Caribe foi observado na região de Fernando de Noronha, no início do mês de abril. As algas do gênero Sargassum mancharam a paisagem das praias do arquipélago, e apesar de não causarem mal à saúde, preocuparam ambientalistas que afirmam que podem afetar animais microscópicos e outros seres, como peixes e crustáceos. A hipótese mais aceita para o fenômeno no litoral brasileiro é de que as algas foram arrastadas por correntes marinhas desde o Mar do Caribe.
(Da redação)