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‘Acossado’, último canal crítico ao chavismo é negociado

Proprietário diz que 'Globovisión' se tornou inviável pela pressão do governo

Por Da Redação
12 mar 2013, 02h22

“Estamos acossados”. Assim o presidente e acionista majoritário do canal privado venezuelano Globovisión, a única emissora do país que ainda mantém uma linha crítica ao governo “bolivariano” iniciado com Hugo Chávez, resumiu a situação da empresa nesta segunda-feira. Em carta aos funcionários, Guillermo Zuloaga declarou que está negociando a venda do canal, confirmando rumores dos últimos dias, embora tenha negado que o veículo já foi vendido. A razão da venda, segundo ele, é a “inviabiabilidade” da Globovisión diante da pressão chavista e do combalido mercado de anunciantes na Venezuela.

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“Somos inviáveis economicamente, porque nossa receita já não cobre nossas necessidades de caixa. Somos inviáveis politicamente porque estamos em um país totalmente polarizado e do lado oposto a um governo todo-poderoso que quer nos ver fracassar. Somos inviáveis juridicamente porque temos uma concessão que termina (em dois anos) e não há intenção (do governo) de renová-la. Pelo contrário, estamos acossados pelas instituições do estado, apoiadas por um TSJ (Tribunal Superior de Justiça) cúmplice que as ajuda e colabora em tudo aquilo que possa nos prejudicar”, explica Zuloaga no comunicado.

A derrota da oposição nas eleições de outubro, quando a Globovisión apoiou Henrique Capriles, explicou Guillermo Zuloaga, pôs a emissora “em uma situação muito precária como canal e como empresa, somando-se a isso o acúmulo de processos judiciais movidos pelo governo”.

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A carta aberta de Zuloaga – que vive exilado nos Estados Unidos – foi enviada depois que seu filho e vice-presidente do canal, Carlos Zuloaga, afirmou em um breve transmissão que havia “uma oferta de compra formal” e “uma intenção de venda”. A negociação, segundo o dono da Globovisón, estava pronta para ser fechada nesta semana, mas ele pediu que só fosse concretizada depois das eleições presidenciais de 14 de abril, convocadas após a morte de Hugo Chávez. O provável comprador é o empresário do setor financeiro Juan Domingo Cordero, ex-proprietário de uma corretora de ações fechada após a intervenção do governo chavista no mercado de capitais que, com autorização do governo, abriu recentemente uma seguradora – sinal de que possui a aprovação oficial.

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Opinião pública – Especializada em notícias, a Globovisión só transmite com sinal aberto em Caracas e na cidade de Valencia, a oeste da capital, mas chega ao resto do país como TV por assinatura e pela internet. Apesar de ser um canal relativamente pequeno, influencia a formação da opinião pública ao oferecer um linha diferente da oficialista. Isso pode acabar com a eleição de Nicolás Maduro, o candidato governista à sucessão de Chávez, ficando a Venezuela com seis canais estatais permanentemente a serviço do governo e nenhum onde ele seja criticado abertamente.

Os outros dois principais canais privados de alcance nacional, Venevisión e Televen, reduziram ao máximo o espaço do jornalismo para não entrar em choque com o governo, que usa contra a Globovisión o apoio do canal à tentativa de golpe de 2002, que tirou Chávez do poder por dois dias. Cerca de 80% da Globovisión pertencem a duas famílias – a Zuloaga tem a maior parte, que está sendo vendida. Os 20% restantes foram confiscado pelo governo três anos atrás e o antigo dono desse percentualluta na Justiça contra o estado para recuperá-lo.

(Com agências France -Presse e EFE)

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