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Acordo sobre rascunho de texto final na véspera da Rio+20

Por Por Laura Bonilla e Yana Marull
19 jun 2012, 21h03

Os negociadores de 193 países chegaram nesta terça-feira a um acordo sobre o texto final da conferência Rio+20 a ser submetido aos líderes mundiais, que começavam a chegar à cidade do Rio de Janeiro para participar de uma cúpula que discute as formas de preservação dos recursos naturais do planeta e a maneira de tirar milhares de pessoas da pobreza.

“Temos um texto 100% acertado pelos 193 países” da ONU, comemorou o chanceler brasileiro, Antonio Patriota. “É uma vitória do multilateralismo. O espírito do Rio continua vivo, vinte anos depois” da Cúpula da Terra de 1992, acrescentou.

“É a primeira vez que vejo uma conferência terminando no prazo”, comemorou a ministra do Meio Ambiene, Izabella Teixeira.

Após meses de discussões lideradas pela ONU e grandes desacordos na conferência iniciada há uma semana, o Brasil, país anfitrião, assumiu no sábado as rédeas da negociação e apresentou nesta terça-feira um projeto de declaração final em uma reunião plenária.

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O texto será submetido aos cerca de cem de chefes de Estado e de governo que se reunirão entre 20 e 22 de junho na maior conferência da história da ONU, a quarta do tipo desde 1972.

A União Europeia comemorou o apelo pelo avanço para uma “economia verde”.

“O mundo indicou hoje que devemos avançar para o desenvolvimento sustentável e uma economia verde inclusiva é um caminho central para consegui-lo (…) No entanto, reconhecemos que o Rio é apenas o começo”, destacou um comunicado.

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“Gostaríamos de ter um texto mais ambicioso, mas é um marco. Fomos o mais longe que pudemos”, disse Nicole Bricq, ministra francesa da Ecologia.

Os europeus queriam a criação de uma Agência Mundial do Meio Ambiente para substituir o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), mas enfrentaram a oposição do Brasil e dos Estados Unidos e tiveram que se conformar com o reforço do sistema atual.

O documento representa “um firme passo adiante”, elogiou o enviado americano para mudanças climáticas, Todd Stern.

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O texto final também lança os “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, que comprometerão todos os países com metas socioambientais e substituirão os Objetivos do Milênio da ONU, que expiram em 2015.

Os países em desenvolvimento, reunidos no G77, lamentaram a falta de promessas dos ricos para financiar a transição a uma economia verde.

O texto “é frágil porque não inclui as obrigações dos países desenvolvidos para o financiamento de políticas sustentáveis”, disse à AFP René Orellana, chefe da delegação boliviana.

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Os ecologistas e as organizações sociais criticaram um texto que, em sua opinião, carece das ações de que o planeta precisa para enfrentar uma demanda de 50% mais alimentos, 45% mais energia e 30% mais água até 2030.

“O documento não tem a ambição necessária para salvar o planeta ou os pobres (…) Este resultado mínimo destaca a falta de coragem política” daqueles que o adotaram, afirmou Meena Raman, da Third World Network.

Martin Khor, da ONG South Centre, avaliou que a crise que paralisa muitos países na tomada de decisões ou aplicação de recursos “ofuscou o acordo. Os líderes teriam que ter mais em mente que a crise é conjuntural e que o problema do meio ambiente é para sempre”, afirmou à AFP.

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O texto “é um fracasso colossal de liderança e visão dos diplomatas. Deveriam estar envergonhados”, criticou o diretor do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Jim Leape.

“A Rio+20 se transformou em um fracasso épico. A conferência falhou em termos de equidade, ecologia e economia”, considerou Daniel Mittler, diretor de Políticas Públicas do Greenpeace.

A cúpula de três dias, que começa na quarta-feira, contará com a presença do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, do russo Dimitri Medvedev e do indiano Manhohan Singh, assim como do presidente francês François Hollande, do sul-africano Jacob Zuma e do iraniano Mahmud Ahmadinejad, além da maioria dos latino-americanos.

Mas também haverá grandes ausências, como as do líder da maior economia do planeta, o americano Barack Obama, e da alemã Angela Merkel, chanceler da maior economia europeia, tradicionalmente comprometida com o meio ambiente.

Cerca de 50.000 ativistas, empresários, indígenas e estudantes também participam da Rio+20, a maioria em uma Cúpula dos Povos realizada perto do centro do Rio, a 40 km da cúpula oficial.

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