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Acordo nuclear é vitória pessoal para John Kerry

O Secretário de Estado americano recebeu um agradecimento especial do presidente Barack Obama, que o parabenizou por seu envolvimento pessoal com as negociações

Por Da Redação
14 jul 2015, 14h45

O histórico acordo firmado oficialmente nessa terça-feira entre o grupo de potências lideradas pelos Estados Unidos e o Irã contou com grande esforço do Secretário de Estado americano John Kerry, e figura como trunfo pessoal e profissional na carreira do político. Em seu pronunciamento oficial sobre o acordo nuclear, o presidente Barack Obama agradeceu especialmente ao secretário, que “se envolveu pessoalmente” na empreitada e conquistou um grande avanço para segurança global e do povo americano. Obama e Kerry reconheceram os desafios de travar negociações como essa desde o início, mas decidiram seguir adiante apesar dos riscos. O sucesso, segundo analistas ouvidos pela rede CNN, marca uma das maiores conquistas diplomáticas das últimas décadas.

Kerry é um dos diplomatas que teve mais contato com os iranianos: em 2012 já integrava a equipe de representantes internacionais que negociava sigilosamente em Omã a possibilidade de abrir negociações sobre o programa nuclear de Teerã. Todo o processo de conversação e acordo que culminou no pacto oficializado hoje durou longos vinte meses. Kerry permaneceu por quase três semanas em Viena, trabalhando nas negociações. Esse é o período mais longo de conciliação despendido por um secretário de Estado desde a II Guerra Mundial, sete décadas atrás.

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Para o diretor do programa de desarmamento e não-proliferação do Instituto Internacional de Pesquisas da Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês) o acordo final sobre o programa nuclear poderia abrir caminho para a gratificação do Prêmio Nobel da Paz de 2016 a John Kerry e ao ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammed Javad Zarif. Para o secretário americano, de 71 anos, o êxito representa o auge de sua carreira, marcada pela derrota na eleição presidencial de 2004 para George W. Bush e o fracasso do acordo de paz palestino-israelense, negociação que ele apostou alto e perdeu, saindo bastante enfraquecido diplomaticamente.

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Desde um histórico aperto de mãos na ONU, em setembro de 2013, Kerry e Zarif estabeleceram uma relação amigável e, após cerca de 50 reuniões, desenvolveram uma intimidade genuína, segundo dizem diplomatas próximos dos dois. Apesar da cortesia em público, as reuniões em Genebra, Montreux e Viena, palcos dos encontros, nem sempre foram tranquilas. Em alguns momentos as divergências foram intensas, mas os dois diplomatas nunca deixaram o diálogo em perigo.

Em seu pronunciamento oficial, John Kerry afirmou que os Estados Unidos e seus parceiros teriam terminado as negociações há muito tempo se estivessem dispostos a se contentar com um acordo menos abrangente. “Estávamos determinados a obter esse direito e eu acredito que nossa persistência valeu a pena”, disse. Apesar das críticas, ele se mostrou confiante de que o Congresso dos EUA não irá barrar o texto final do acordo nuclear entre o Irã e as potências do Grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – EUA, França, China, Grã-Bretanha e Rússia – mais a Alemanha). Kerry não conseguiu ser presidente dos EUA, mas pode deixar seu nome marcado na história como o protagonista no desmantelamento do programa nuclear bélico iraniano. Se a história assim se concretizar, será um grande feito em sua biografia.

(Da redação)

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