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“A terra estava roncando”, conta brasileiro em Tóquio

Tremores não pararam desde o primeiro e mais forte abalo. Terremoto começou no horário da saída dos colégios

Por João Marcello Erthal
11 mar 2011, 13h13

“A sensação é de uma tontura, como se você perdesse um pouco o equilíbrio. Em seguida, sempre procuro os sinais do tremor, geralmente percebidos no tremor da água, nos lustres e plantas pendurados. Sempre passa rápido, dessa vez, não parou mais”, conta o brasileiro Ewerthon Tobace

Perceber um tremor de terra é uma rotina para quem vive no Japão. Mas a sensação que a população da costa nordeste do país experimentou a partir das 14h46 (hora local) desta sexta-feira logo se revelou algo fora do normal e assustador. “A terra estava roncando, o barulho vinha de dentro do solo. E o tremor não era na horizontal, mas na vertical”, contou o jornalista brasileiro Ewerthon Tobace, 34 anos, há dez no Japão. No momento em que falava, por telefone, ao site de VEJA, os tremores continuavam. “Enquanto falamos, a terra está vibrando. Na verdade, não parou de tremer desde aquela hora”, explicou.

Desde a tarde Tobace, está em casa, seguindo os procedimentos de segurança e as orientações que soaram no sistema de alto-falantes da cidade de Sagamihara, colada na capital, Tóquio. Apesar da preparação e do treinamento que os japoneses recebem desde criança, não houve como evitar uma onda de pânico, diante da violência do abalo. “Era um horário de saída dos colégios. Vi muita gente correndo na rua, crianças gritando, o desespero se espalhou assim que percebemos que não era um dos tremores rotineiros”, relatou Tobace.

A catástrofe de agora, por suas dimensões, ainda excede qualquer estimativa confiável de dimensão de mortos, feridos e de prejuízos. Mas os milhões de atingidos pela tragédia têm, na preparação das cidades japonesas, um alento para minimizar os danos. “A recomendação é para nos mantermos dentro de casa porque os prédios realmente são seguros, projetados para resistir a terremotos. A maioria das casas é de madeira, mas são construções muito fortes”, diz Tobace.

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Procedimentos – A primeira providência, diante de um tremor forte, é abrir a porta das casas e apartamentos que dão acesso à rua. Isso evita a obstrução das rotas de fuga, em caso de desmoronamento ou de torção dos prédios – o que poderia impossibilitar a abertura das portas. Dentro dos prédios e casas, a maioria – cerca de 80%, segundo Tobace – têm os kits de sobrevivência para terremotos, vendidos como itens comuns nos supermercados. “Os kits têm água, comida desidratada, lanterna, rádio e o básico para resistir a algum período de isolamento”, relata o jornalista brasileiro.

Quando chegou à região metropolitana de Tóquio, há 10 anos, Tobace, que é parte da segunda geração brasileira de uma família vinda do Japão, teve de aprender a lidar com os tremores. “Estamos acostumados. Os tremores, a rigor, são diários, mas pelo menos uma vez por mês sentimos um abalo um pouco mais forte”, lembra o brasileiro.

“A sensação é de uma tontura, como se você perdesse um pouco o equilíbrio. Em seguida, sempre procuro os sinais do tremor, geralmente percebidos no tremor da água, nos lustres e plantas pendurados. Sempre passa rápido, dessa vez, não parou mais”, lamantou Tobace.

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