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A telenovela é reinventada nos Estados Unidos, com o público latino na mira

Por Por Paula BUSTAMANTE
31 ago 2011, 17h13

As telenovelas, um gênero de programação de várias centenas de episódios que reina na televisão latino-americana, há mais de 50 anos, estão sendo reinventadas nos Estados Unidos, para atrair a comunidade latina do país e o enorme mercado publicitário que representa.

Em 2010, os gastos com publicidade nos canais americanos em espanhol chegaram a 5,3 bilhões de dólares, ou seja, 9% do quinhão representado pela televisão nos Estados Unidos, precisa Adam Jacobson, consultor de Miami, especializado em mídia em língua espanhola.

Esses melodramas à antiga, com 300 episódios de mais ou menos uma hora cada, famosos no México, na Colômbia, no Brasil ou na Venezuela, ainda são muito apreciados.

Mas, nos Estados Unidos, o gênero apresenta-se impregnado de fórmulas do tipo ‘sitcom’, comédias de situação, numa tradução livre, tiradas de séries americanas como “Friends”, “A Família Soprano” e alguns programas argentinos e chilenos.

“Nos últimos anos, a idade de ouro das séries de TV americanas às quais assistimos, influenciou nossa indústria, seus dirigentes, assim como roteiristas, realizadores e produtores”, explicou à AFP Julio Cabello, produtor de televisão nos Estados Unidos e na América Latina.

Os dois principais canais de televisão em espanhol nos Estados Unidos, Univision e Telemundo (grupo NBC-Universal), lideram, agora, a audiência em várias partes do país no horário nobre, ultrapassando mesmo as redes nacionais em inglês, num país no qual 16% da população é de língua hispânica.

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O Univision, primeiro canal do público latino, divulga principalmente séries produzidas no México, e o Telemundo lançou-se em produções com atores latino-americanos, vindos de países diferentes, em formatos relativamente curtos, no modelo chileno.

O maior sucesso do canal, agora, é a adaptação do romance do escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte “La reina del sur”, A rainha do sul, interpretada pela atriz mexicana Kate del Castillo. Lançada em março passado, a série vem seduzindo 8 milhões de pessoas por episódio nos Estados Unidos, além de obter um grande sucesso na Espanha e na América do Sul.

Longe da heroína tradicional, uma pobre moça encontra o príncipe encantado em meio a imbróglios familiares e intrigas rocambolescas. O personagem principal de “La reina del sur” é uma mulher que dirige um cartel da droga.

“Para nós, “La reina del sur” marca uma etapa importante, porque não apenas agrada a todos os públicos, mesmo aos homens jovens, mas dá uma outra dimensão a nosso trabalho como atores”, declarou à AFP Cynthia Olavarria, ume atriz porto-riquenha que também trabalha em “Mi Corazón Insiste” (Meu coração insiste), igualmente produzida por Telemundo.

Para a atriz, “a telenovela faz parte do DNA latino-americano, porque são histórias que transmitem esperança, que levam o telespectador a um mundo de sonho. Diante de uma telenovela, esquecemos tudo. Mas há, agora, novas maneiras de contar essas histórias, é um redemoinho”, disse.

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Julio Cabello observou que “as telenovelas não são mais apenas histórias de amor, mesmo se o amor não esteja ‘de todo ausente”.

“Há mais ação, os personagens são fortes e em menor número – não são mais vítimas, mas guerreiros – e ao invés de se estender em 120 episódios, algumas produções se limitam a 60 ou a 80, devido aos custos de produção”, comentou.

“A produtividade, o mercado e os orçamentos tornaram necessária a produção de telenovelas em tempo menor, como uma fábrica”, declarou Leonardo Galavis, diretor de “Meu coração insiste”.

A maior audiência da televisão em espanhol nos Estados Unidos fica por conta das telenovelas, que constituem, por sua vez, o principal alvo da publicidade voltada para o público latino.

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