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A história da baleia ‘espiã’ de Putin, encontrada morta na Noruega

Corpo de Hvaldimir — um trocadilho entre "hval", "baleia" em norueguês, e o nome do presidente da Rússia, Vladimir Putin — foi identificado neste sábado, 31

Por Paula Freitas 3 set 2024, 14h17

A suposta “baleia espiã” da Rússia, encontrada morta no último sábado, 31, foi avistada nas águas da Noruega pela primeira vez em 2019, nas proximidades da ilha de Ingøya.

A beluga estava com um arreio preso em seu corpo, estampado com os dizeres “equipamento de São Petersburgo”, o que a rendeu o nome de Hvaldimir — um trocadilho entre “hval”, “baleia” em norueguês, e o nome do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

O animal atendia a sinais e tinha um bom relacionamento com humanos, rendendo a crença de que havia sido treinada por Moscou para espionagem ou para servir como baleia terapêutica. A primeira alternativa tornou-se mais popular, já que Hvaldimir portava uma câmera no arreio. Os Estados Unidos e a Rússia, historicamente, apresentam “programas mais notáveis ​​e robustos” de uso de cetáceos, conhecidos por sua inteligência, para fins militares, de acordo com a ONG Marine Mind, que acompanhava o paradeiro da beluga.

Mas não há evidências conclusivas sobre a história da famosa “baleia-espiã”. “Há muitas perguntas sem resposta: Por exemplo, ele foi capturado na natureza ou nasceu em cativeiro? Se ele foi tirado de sua família na natureza, onde isso aconteceu e quantos anos ele tinha? Será que sua mãe foi capturada com ele e ainda está viva e mantida em cativeiro hoje?”, questiona a organização no seu site oficial.

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Vida pela Noruega

Depois de ser identificado, Hvaldimir permaneceu na cidade de Hammerfest, próxima do Círculo Polar Ártico, por cerca de três meses. Especialistas descobriram que ele estava em “más condições” e ” foram feitas tentativas de gerenciar seus cuidados por meio de provisionamento (alimentação) pelo Norwegian Orca Survey”, mas logo perceberam que o animal conseguia caçar e se alimentar naturalmente, segundo a ONG.

Apesar da independência, ele “continuou a buscar ativamente a presença humana e atividades de aquicultura, passando a maior parte do tempo em instalações de fazendas de peixes”. O animal também tinha costume de seguir “os catamarãs dentro dos limites das instalações de aquicultura” ou “até suas respectivas estações terrestres”. Como consequência, foi atingido por barcos algumas vezes e, por isso, apresentava cicatrizes.

“Ferimentos resultantes de colisões de barcos, enredamento em equipamentos de pesca e patógenos transmitidos por humanos são ameaças elevadas para qualquer mamífero marinho em constante proximidade com humanos”, alertava o portal, acrescentando que Hvaldimir era um “indivíduo solitário e sociável”.

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Morte de Hvaldimir

A baleia foi encontrada morta na baía de Risavika, no sul da Noruega, neste sábado, informou a emissora pública norueguesa NRK. O corpo flutuava, chamando a atenção de um pai e filho que pescavam no local. Nas redes sociais, a Marine Mind lamentou a morte de Hvaldimir, que acredita-se que tinha entre 14 e 15 anos.

A publicação afirmou que a baleia “tocou a vida de dezenas de milhares, reunindo pessoas em admiração pelas maravilhas da natureza” e que “ensinou sobre a importância da conservação do oceano e, ao fazê-lo, ele também nos ensinou mais sobre nós mesmos”. A legenda também informo que “uma necropsia será realizada para determinar sua morte precoce”.

“Hvaldimir preencheu a lacuna entre humanos e animais selvagens de uma forma que poucos conseguem. Ele era especial para muitos, deixando uma marca duradoura em todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo”, escreveu a ONG. “Descanse em paz, Hvaldimir. Você fará muita falta, mas nunca será esquecido.”

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