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A fúria de um general liberada como resultado da natureza

Por The New York Times
24 jun 2010, 18h25

De todas as questões em torno do artigo da Rolling Stone que mostravam o general Stanley McChrystal surpreendentemente franco e crítico com a administração Obama, poucas são tão intrigantes como essa: por que um alto comandante permitiu ao jornalista acesso irrestrito ao seu círculo mais íntimo? A resposta, ao que parece, é um vulcão.

Michael Hastings, o jornalista freelancer que escreveu o artigo bomba sobre o desconforto de McChrystal com o esforço de guerra no Afeganistão esteve com o general e seu grupo em Paris, no mês de abril, quando a erupção do vulcão Eyjafjallajokull na Islândia forçou o fechamento do espaço aéreo da maior parte da Europa.

Como resultado, Hasting ficou em Paris com o general e sua equipe quando eles tentaram chegar a Berlim de ônibus. Hastings seguiu para Berlim, separado dos militares. Mais tarde, voltou ao círculo do general no hotel Ritz-Carlton onde todos esperaram uma semana para que as nuvens de cinzas sumissem e pudessem voar para o Afeganistão.

“Eu mesmo fiquei impressionado”, disse Hastings em uma entrevista telefônica em Kandahar, onde ele agora apura uma outra reportagem para o Men’s Journal. “Às vezes eu me perguntava: Por que eles me deram esse acesso?”

Embora Hastings afirme que a maioria dos comentários ácidos do artigo veio do general durante os primeiros dois dias em Paris, ele encontrou uma equipe mais acolhedora com o passar do tempo.

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A princípio, Hastings não deveria viajar com McChrystal ao Afeganistão. Somente depois que chegou à Europa, notou que a equipe do general estava ansiosa para levá-lo junto. “Eles sugeriram a ideia”, disse o jornalista. Ele ficou com os militares durante um mês no Afeganistão, a maior parte do tempo fez entrevistas sem restrições com o general. “O que me surpreendeu é que não foram definidas regras para as conversas”, disse Hastings.

O editor executivo da Rolling Stone, Eric Bates, disse que também se surpreendeu com a disposição de McChrystal para expor suas queixas. “Acho que há uma enorme frustração por lá, como se eles sentissem que são pessoas sem importância. É o que aparece nesse grupo de citações. Eles sentem que as pessoas, que supostamente deveriam trabalhar junto com eles, não estão fazendo isso ou não entendem o que é a estratégia que traçaram.”

Questionado se McChrystal abaixou a guarda porque a Rolling Stone é uma publicação focada em cultura pop e música, Bates afirmou que não é a primeira vez que uma figura da política se abre com a revista. “Penso que as pessoas às vezes esquecem o quanto a reportagem está no DNA da Rolling Stone”, disse ele. “E há um pouco de glamour associado ao nome. Não sei se foi o caso aqui, mas em geral diria que as pessoas ficam excitadas em aparecer na revista.”

Embora frases do artigo começassem a aparecer na noite de segunda-feira, a matéria completa só foi publicada no site da revista às 11h da última terça-feira. O site Político e o site da revista Time postaram arquivos em PDF do texto antes da Rolling Stone publicar o artigo. A revista pediu que retirassem os arquivos da internet.

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