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A devastadora feição da fome

A imagem da menina Anailin mostra os efeitos do derretimento econômico e político da Venezuela em locais distantes da capital

Por Lizia Bydlowski
Atualizado em 18 jul 2019, 10h24 - Publicado em 24 Maio 2019, 07h00

Esta foto, desesperadora em sua indigência, pode ter salvado a vida da pequena Anailin Nava, só pele e osso, prostrada sobre um colchão no casebre da família na Isla de Toas, comunidade turística no Mar do Caribe desintegrada pela crise que grassa na Venezuela. Anailin, de 2 anos, sofre de desnutrição aguda e de uma doença neurológica — tratável em condições normais — que provoca convulsões e problemas musculares. “Achava que ela ia morrer. Nem me estendia a mão quando eu tentava brincar com ela”, relata a mãe, Maibeli. A família não tem o que comer. Dois hospitais e três postos médicos estão desativados. Não há trabalho. A energia elétrica falha o tempo todo e o pouco comércio foi saqueado nos apagões. A balsa que ligava a ilha ao continente parou de funcionar. A Isla de Toas e Anailin entraram no mapa do drama venezuelano em uma reportagem do jornal The New York Times sobre os efeitos do derretimento econômico e político da Venezuela em locais distantes da capital, Caracas. A enfermeira Fabiola Morelo, voluntária da organização católica Caritas, viu o estado da menina e resolveu ajudar. Munida de uma sacola com balança, leite, comida e suplementos para quinze dias, driblou a falta de condução pegando carona até a ilha. Alimentada, Anailin reagiu imediatamente. “Ela está mais alegre”, diz a mãe. Assim que a notícia se espalhou, uma fila de gente pedindo comida se formou na porta do casebre. Outros voluntários se preparam para levar suprimentos e tentar amenizar a penúria e a dor ao menos naquele pedacinho do país, que já foi o mais rico da América do Sul (e agora está devastado por causa dos devaneios autoritários da dupla Hugo Chávez e Nicolás Maduro).

Publicado em VEJA de 29 de maio de 2019, edição nº 2636

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