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A caçada para encontrar Yahya Sinwar, inimigo número 1 de Israel

Liderança da facção islâmica está escondido nos túneis subterrâneos da Faixa de Gaza

Por Ernesto Neves, de Tel Aviv
Atualizado em 21 nov 2023, 15h15 - Publicado em 20 nov 2023, 14h03

Desde os atentados de 7 de outubro contra Israel, a cúpula militar do Estado judeu iniciou uma caçada para encontrar e matar Yahya Sinwar, mentor do Hamas.

Responsável por governar o território palestino da Faixa de Gaza, Sinwar planejou a invasão a Israel por mais de 1.000 terroristas, que resultou no assassinato de 1.400 israelenses, quase todos civis, e o sequestro de outros 240.

“Ele escolheu enviar açougueiros para matar nossos bebês”, afirmou o tenente-coronel Peter Lerner, porta-voz dos militares israelenses.

“Ele assinou a sua própria sentença de morte. É um homem morto andando por aí. Vamos achá-lo custe o que custar”, prometeu.

Acredita-se que Sinwar esteja escondido no labirinto de túneis usados pelos militantes do Hamas em Gaza para esconder armas, combatentes e reféns, disseram autoridades israelitas.

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Mas ele já era um homem procurado muito antes de os militantes do Hamas lançarem o ataque terrorista.

Nascido num campo de refugiados de Gaza no início dos anos 1960, Sinwar juntou-se ao Hamas logo após a fundação da facção islâmica, em 1987.

Ele acabou capturado por Israel apenas dois anos depois, e foi condenado à prisão perpétua pelo seu papel no assassinato de tropas israelenses e de colaboradores palestinos.

Sinwar passou 22 anos preso, mas foi libertado em 2011, quando outros 1.000 palestinos acabaram soltos por Israel em troca da soldado Gilad Shalit, que foi feita refém pelo Hamas e mantida em cativeiro durante cinco anos.

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Na época, a negociação foi alvo de fortes críticas por permitir que ele e outros prisioneiros violentos saíssem em liberdade.

Desde o início do envolvimento com o movimento radical islâmico, Sinwar ganhou reputação por empregar técnicas brutais contra todos os que considera inimigos.

Entre seus feitos está a organização de uma milícia que impõe as regras do Hamas entre os palestinos.

Durante o período em que esteve preso, Sinwar aprendeu a falar hebraico, língua de Israel, e subiu rapidamente na hierarquia do grupo.

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“Sua vivência na prisão o tornou particularmente atento à situação dos presos palestinos. E explica a sua estratégia em organizar uma operação em grande escala para raptar reféns”, diz Michael Horowitz, analista geopolítico e de segurança do Le Beck Internacional.

“Um de seus primeiros ataques conhecidos contra Israel foi o rapto de dois soldados israelitas”, afirma Horowitz.

Sinwar foi eleito chefe do Hamas em Gaza numa votação secreta realizada em 2017.

Depois de substituir Ismail Haniyeh, ex-líder da facção, ele se reaproximou do Egito e do Fatah, partido político que controla a Cisjordânia e é visto como mais secular e moderado.

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Também tentou pressionar Israel a afrouxar o bloqueio militar contra Gaza, empreendendo uma campanha de diplomacia internacional.

Em 2018, Sinwar disse ao jornal americano The New York Times que os palestinos “prefeririam conquistar seus direitos por meios suaves e pacíficos”.

As palavras surtiram o efeito desejado.

A inteligência militar de Israel preferiu se concentrar nos perigos representados por Irã e Síria a acompanhar a questão da Palestina, que deixou de ser considerada uma ameaça existencial.

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Embora os membros do Hamas nunca tenham falado diretamente com as autoridades israelenses, Sinwar trabalhou através de intermediários para persuadir Israel das intenções benignas do seu grupo.

Como parte desses esforços, conseguiu negociar a autorização para que 18.000 habitantes de Gaza pudessem cruzar a fronteira diariamente para trabalhar em Israel.

Assim, o sentimento geral era de que o Hamas havia sido dissuadido da violência como arma política.

“Sinwar entendeu muito como manipular a consciência israelita”, disse Michael Milshtein, antigo chefe de investigação palestina do departamento de inteligência militar.

“Ele queria que Israel acreditasse que o Hamas estava concentrado na estabilidade em Gaza, promovendo assuntos civis.”

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