1º de maio: manifestações do Dia do Trabalhador têm prisões pelo mundo
Milhares de pessoas foram às ruas de capitais europeias e asiáticas reivindicar mais empregos, proteção trabalhista e recuperação econômica
Milhares de trabalhadores e líderes sindicais foram às ruas neste 1º de maio, Dia Internacional do Trabalhador, para reivindicar mais empregos, proteção trabalhista e recuperação econômica, em meio à crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Países em que o surto está mais controlado, com menores restrições de isolamento, registraram as maiores reuniões – que terminaram em tumulto e prisões.
Em Paris, onde a data foi criada em 1889, em homenagem a uma manifestação feita três anos antes por trabalhadores americanos de Chicago, alguns manifestantes chegaram a entrar em confronto com a tropa de choque. Muitos dos trabalhadores utilizava máscaras e citava os efeitos da Covid-19. “Queremos viver, não sobreviver”, dizia um dos cartazes.
Os sindicalistas franceses se juntaram a membros do movimento “Colete Amarelo”, que desencadeou uma onda de protestos antigovernamentais três anos atrás. Ao menos 34 pessoas foram detidas na capital francesa, onde latas de lixo foram incendiadas e as janelas de uma agência bancária foram quebradas. Prisões também foram registradas na Turquia e nas Filipinas até o momento.
Na Rússia, onde os protestos costumam ser intensos, apenas uma pequeno grupo de integrantes do Partido Comunista Russo desafiou a proibição de reunião de pessoas, em Moscou.
Na Itália, pelo segundo ano consecutivo, as manifestações foram mais tímidas, sem grandes marchas ou shows de rock, em razão das restrições impostas pela pandemia. A exceção ocorreu em Turim, no norte do país. Já as passeatas em Amsterdã, na Holanda, e em Berlim, na Alemanha, atraíram um grande número de apoiadores.
Os protestos em Berlim reivindicava descontos em aluguéis e salários mais altos. Negacionistas de extrema direita e críticos às medidas de combate à Covid-19 também foram vistos nas manifestações, segundo a polícia berlinense.
Na Indonésia, houve tumulto em protesto em mais de 200 cidades contra uma nova lei trabalhista que, segundo seus críticos, pode reduzir as indenizações por demissão e aumentar a terceirização do trabalho. Os manifestantes na capital Jacarta levaram sepulturas às ruas para simbolizar a desesperança.
Em, Manila, capital das Filipinas, manifestantes também furaram o bloqueio imposto pelo governo e se reuniram em uma praça pública para exigir subsídios salariais e vacinas contra a Covid-19, em meio ao aumento das infecções e também do desemprego e da fome no país asiático.
Em Istambul, na Turquia, líderes sindicais foram autorizados a colocar coroas de flores na Praça Taksim, mas houve confrontos com a tropa de choque. O governo da capital informou que 212 pessoas foram presas por violar as restrições ao coronavírus.