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Agora é que são elas

Por muito tempo, as mulheres assumiram características consideradas masculinas para avançarem no mundo corporativo. Felizmente, esse cenário está mudando

Por Abril Branded Content
Atualizado em 1 dez 2017, 16h25 - Publicado em 1 dez 2017, 16h18

São mais de 13 milhões de resultados alcançados quando digitamos a palavra “empatia” nos buscadores. Ela ganhou força com o avanço das discussões sobre diversidade e revigorou um conjunto de características que nos permite vestir os sapatos do outro: sensibilidade, compaixão, acolhimento e compreensão. Tratam-se de sinais de humanidade que deveriam ser comuns a todos, mas são associados às mulheres, como mostra a pesquisa O Valor do Feminino, realizada por Molico, marca de produtos lácteos da Nestlé, em parceria com a antropóloga Mirian Goldenberg.

“Em sua essência, todos os valores são neutros, mas acabam atribuídos a homens ou mulheres por razões culturais”, diz Mirian, que coordenou o estudo e é professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “No Brasil, tudo o que diz respeito à casa, ao cuidado e ao outro é considerado feminino, ao passo que os valores ligados ao trabalho e ao mundo exterior são tidos como masculinos.”

O problema é que os estereótipos de gênero taxaram os comportamentos femininos como atributos reservados ao lar e à família. Logo, no ambiente de trabalho, a exposição das emoções e o olhar para o outro são considerados sinais de fraqueza e, portanto, pontos desvalorizados. E isso afeta diretamente as mulheres.

“No início da carreira, senti que precisava me mostrar racional e dura para que não encarassem alguma atitude como falta de profissionalismo. E isso se estendia até à forma de me vestir: tudo medido para alcançar aquela ideia de conduta profissional perfeita”, conta a empresária Silvina Ramal, 47 anos, sócia fundadora da empresa ID Projetos Educacionais, que presta consultoria na área de educação corporativa.

A carioca, que hoje dá aulas de empreendedorismo na PUC-Rio e na Fundação Getúlio Vargas, conta que via necessidade de se adequar ao código social daquele grupo para manter-se inserida. “Só consegui assumir a minha identidade quando alcancei a senioridade. Hoje em dia, uso a humanidade como um trunfo. Não tenho medo de falar sobre minhas paixões; pelo contrário: acredito que, assim, crio proximidade com as pessoas ao meu redor.”

A inadequação, infelizmente, faz sentido. Uma pesquisa conduzida pela Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos, mostrou que, na disputa por um cargo na área de engenharia, as candidatas que ressaltaram atributos como foco em resultados (ponto considerado mais comum entre os homens) tiveram mais chances de ser contratadas do que as que enfatizaram valores relacionados ao feminino.

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“A cultura corporativa favorece atributos considerados masculinos não porque exista uma intenção deliberada de escantear as mulheres, mas porque foram os homens que a desenharam”, explica Mirian Goldenberg. “O fato de as pessoas desejarem um ambiente de trabalho em que se valorize a cooperação, a confiança e a empatia não significa que foco, competitividade e apetite pelo risco não sejam importantes. Mas é preciso que haja um equilíbrio.”

FÓRMULA OBSOLETA

Embora as mulheres sejam as mais afetadas, elas não são as únicas que sofrem com este mundo marcado por valores masculinos. Os dados levantados por Molico apontam que grande parte dos homens sente vontade de romper com o modelo atual de masculinidade, que exige deles o sucesso e uma postura inabalável. Eles querem um ambiente de trabalho receptivo, que inspire e valorize todos os membros das equipes; desejam que os valores atribuídos ao feminino permeiem as relações de trabalho.

A tendência é também observada por Claudia Santos, especialista em gestão estratégica de pessoas, de São Paulo. “Em um cenário como este, as organizações precisam ser cada vez mais humanizadas e construir um organismo acolhedor e colaborativo, que engaje as pessoas e, consequentemente, melhore a performance e os resultados.”

Para ela, tal posicionamento deve vir, especialmente, dos líderes. “Independentemente do gênero do chefe, para fazer uma boa gestão de pessoas, é preciso estabelecer conexões e bons relacionamentos”, defende.

CAMINHO INVERSO

Há ainda quem busque do lado de fora o que precisa. O paulistano Sergio da Cunha, 43 anos, levava uma vida sem rotina enquanto trabalhava como gerente de marketing em uma montadora de veículos importados. A função exigia viagens constantes ao exterior, o que resultava em uma agenda sem qualquer tipo de planejamento.

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“Minha família precisava de mim, e, ao mesmo tempo, o dia a dia estava cada vez mais cansativo. Uni a vontade de estar mais presente em casa ao sonho de empreender, e decidi deixar o emprego de carteira assinada”, conta.

Investiu em um buffet de festas infantis, que passou a administrar com a esposa, Viviane. Com horários mais flexíveis, pôde acompanhar de perto a rotina dos filhos (hoje com 6, 9 e 13 anos), além de montar a própria agenda.

“O negócio próprio exige que você trabalhe aos fins de semana, mas, por outro lado, me permite criar as regras de acordo com minhas necessidades. E isso inclui todas as questões relacionadas à casa”, afirma o agora empresário.

Depois de 8 anos à frente da empresa que fundou, Sergio decidiu retornar ao ramo em que atuava antes, mas com uma nova perspectiva. “A experiência deixou lições importantes para que eu tenha uma vida mais equilibrada, algo que procuro colocar em prática até hoje”, finaliza.

(Abril Branded Content/Divulgação)
Reflita mais sobre este e outros temas em #OValorDoFeminino.
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