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Tristeza no Maracanã: meninas perdem da Suécia nos pênaltis

Após novo empate em 0 a 0, seleção perde nos pênaltis e agora disputará o bronze. Torcida reconhece o esforço das atletas com aplausos após a decepção

Por Luiz Felipe Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 ago 2016, 16h16 - Publicado em 16 ago 2016, 15h50

A seleção brasileira feminina de futebol não teve um retorno feliz ao Maracanã. Nove anos depois de conquistar o título do Pan de 2007 no templo do futebol nacional, a equipe não conseguiu furar a retranca da Suécia nesta terça-feira e deu adeus ao sonho do inédito ouro olímpico com derrota nos pênaltis, após empate por 0 a 0, em 120 minutos. Apesar da decepção, a torcida, exemplar ao longo de toda a partida, aplaudiu as atletas brasileiras na saída do gramado.

Sob o forte calor do início de tarde no Rio e diante de mais de 60.000 torcedores, o Brasil jogou bem, com Marta participativa e Formiga ovacionada por sua disposição, mas, assim como nas quartas de final contra a Austrália, não conseguiu balançar as redes. Desta vez, a goleira Bárbara não salvou e Cristiane e Andressinha erraram suas cobranças de pênalti. Agora, a seleção feminina, xodó da torcida na Rio-2016, tentará a conquista da medalha de bronze contra o perdedor da semifinal entre Alemanha e Canadá, marcado para às 16h (de Brasília), no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte.

Sem Cristiane, a maior artilheira da história dos Jogos Olímpicos com 14 gols, que se recupera de estiramento na coxa e só entrou na prorrogação, o Brasil teve dificuldade para entrar na área sueca durante os 90 minutos. A equipe europeia, dirigida por Pia Sundhage, técnica bicampeã olímpica dirigindo a seleção americana, entrou mordida. Na primeira fase, havia sido goleada por 5 a 1, com show de Marta, no Engenhão.

A Suécia, porém, vinha embalada depois de eliminar, nos pênaltis, os Estados Unidos, depois de um empate sem gols em que só se defendeu. Na ocasião, a controversa goleira Hope Solo disse que as suecas foram “covardes”, algo que parece não ter afetado a estratégia da equipe. A Suécia teve a primeira boa chance, com Lotta Schelin, destaque do time na partida da primeira fase. A camisa 8 recebeu lançamento longo e dominou no peito, mas chutou por cima na saída da goleira Bárbara.

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Retranca – A partir daí, a primeira etapa foi um massacre brasileiro. Bem aberta pela direita, onde a cobertura do estádio fazia sombra, Marta estava mais ativa que nas outras partidas. Com todo o talento de sua perna esquerda, deu dribles secos nas suecas e criou as melhores chances, mas estava imprecisa nos cruzamentos. Ainda assim, os primeiros gritos de “olê, olê, olá, Marta, Marta” no Maracanã não demoraram nem 15 minutos a aparecer.

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Mas apesar de ter total controle da posse de bole e de ter finalizado 15 vezes, a seleção não deu grande trabalho à goleira Hedvig Lindahl. Débinha, em chute de fora da área, e Beatriz, de cabeça, tiveram as melhores chances. Marta e Tamires, as mais criativas do time, também chegaram perto com cruzamentos que quase tomaram a direção do gol. O time sueco limitou-se a defender. No entanto, terminou a primeira etapa sem nenhuma falta cometida, contra quatro do Brasil.

No intervalo, o técnico Vadão colocou o time ainda mais à frente, com a meia Andressinha na vaga da volante Thaisa. A centroavante Bia, com características bem parecidas à de Cristiane (forte, habilidosa e canhota), dava trabalho à zaga sueca e chegou a finalizar para fora, após bela jogada individual.

Percebendo a dificuldade do Brasil na partida, a torcida fez sua parte, aumentando o volume do estádio.  Formiga, uma gigante em campo aos 38 anos, teve seu nome cantado, assim como Marta e Cristiane, que seguia no banco. A Suécia levou muito perigo aos 26 minutos, em cobrança de falta que atravessou a área de Bárbara. O Brasil respondeu com sua estrela: Marta deu linda arrancada pela direita, enfileirou zagueiras, mas bateu fraco para defesa de Lindahl.

O Brasil seguiu pressionando, mas a Suécia, com todas as 11 atletas na linha defesa, dava poucas chances. Andressinha arriscou dois chutes de fora da área, por cima do gol, e já nos acréscimos Formiga cabeceou nas mãos de Lindhal, para frustração da torcida, mas o bandeira já assinalava impedimento. O tempo normal terminou com 28 finalizações do Brasil e três da Suécia.

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Drama – Na prorrogação, Vadão atendeu os pedidos da torcida e mandou Cristiane a campo. A Suécia, enfim, se soltou e ao menos viu de perto os olhos verdes da goleira Bárbara, mas as zagueiras Mônica e Rafaelle afastaram o perigo com firmeza. Perseguida pela lateral Elin Rubensson, que levou uma infinidade de dribles, mas não deu nenhum pontapé, Marta sumiu um pouco do jogo na prorrogação.

O medo de errar e levar um contra-ataque, além do evidente cansaço, parecia atrapalhar o ataque da seleção brasileira. Schellin, única atleta sueca perigosa nas duas partidas contra o Brasil, teve chance justamente em contragolpe, mas chutou mal depois de invadir a área – e gelar o Maracanã. A três minutos do fim, Marta teve a bola do jogo nos pés. Em cobrança de falta da intermediária, teve seu nome cantado por todo o estádio, mas bateu fraco, nas mãos da goleira sueca que aproveitou para ganhar tempo.

Pênaltis – As capitãs Marta e Schelin marcaram com categoria nas primeiras cobranças. Na segunda, Cristiane bateu forte, cruzado, mas Lindahl fez bela defesa. Kosovare Asllani, então, sentiu a pressão do Maracanã pulsando e parou nas mãos de Bárbara. Andressa Alves e Caroline Serger mantiveram a igualdade, assim como Rafaelle e Nilla Fischer. Andressinha, de 21 anos, teve a responsabilidade da quinta cobrança e bateu nas mãos da goleira sueca. Lisa Dahklevist, então, marcou o gol da vitória. O Maracanã, com justiça, aplaudiu as brasileiras, que deram uma lição de força de vontade ao longo da competição.

 

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