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Torcedores entram sem serem revistados no Parque Olímpico

Fila causou brigas e obrigou organização a deixar que centenas não passassem pelo controle de bagagem. Falta de comida e longas filas foram outros problemas

Por Leslie Leitão, Fernanda Thedim e Thiago Prado
Atualizado em 6 ago 2016, 15h16 - Publicado em 6 ago 2016, 14h39

Filas enormes para uma simples cerveja, voluntários desinformados, dificuldade para acessar as arenas. Foram muitos os problemas apresentados pela organização da Rio2016 no primeiro dia de competições. Mas nenhum foi tão grave quanto o caótico acesso ao Parque Olímpico. A aglomeração de pessoas que tentavam chegar a tempo de assistirem as competições causou grande tumulto na porta principal que acabou ocasionando até brigas. Para solucionar o problema, a Força Nacional – que está fazendo o controle do raio-x – liberou para que centenas de torcedores entrassem sem que suas bolsas fossem revistadas.

O comitê organizador admitiu a série de falhas que acabaram provocando tantos problemas e prometeu solucionar a questão imediatamente. “Temos problemas em algumas das estruturas, principalmente no Parque Olímpico. Pedimos desculpas a todos que tiveram que ficar nas filas, no sol. Precisamos melhorar essa parte dos Jogos. Informamos às autoridades e pedimos ao Rio 2016 para que melhore o acesso do público. Esperamos que na próxima hora tudo esteja resolvido para que as pessoas não percam as competições”, afirmou Mário Andrada, diretor de comunicação, numa entrevista coletiva.

Mark Adams, porta-voz do Comitê Olímpico Internacional, tratou o caso como algo isolado: “A segurança é muito importante, mas a segurança tem de ser tratada pelo pessoal de segurança. São 85 mil tropas, quase o dobro de Londres. Estamos bem confiantes”, afirmou.

Gigantescas filas em busca de uma cerveja no centro de tênis
Gigantescas filas em busca de uma cerveja no centro de tênis (Leslie Leitão/VEJA)

O problema é que Artel Recursos Humanos, empresa que ganhou a licitação de 17,3 milhões para o serviço de revista de bolsas, admitiu não ter como fazê-lo a uma semana do início dos Jogos Olímpicos. E até agora policiais reformados (treinados em três dias) estão sendo contratados às pressas pela Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos (Sesge) para assumirem a função. Mário Andrada destacou que a mudança no controle do Mag & Bag (raio-x) começou pelo Centro de Mídia.

Todo esse processo lento causou irritação e até brigas. Às 9 horas, quando começou o jogo da seleção feminina de handebol, a Arena do Futuro estava vazia. Os lugares só começaram a encher no intervalo da partida, depois que os portões foram libertados praticamente sem revista e raio-x. As amigas Mariana Meirelles e Adriana Gomes, mineiras de Juiz de Fora, perderam a metade da partida: “As filas estavam quilométricas e uma tremenda confusão”, reclamaram. Por volta de meio dia, o acesso melhorou e a entrada ficou mais tranquila.

Desinformação – Outra marca registrada foi a desinformação. Voluntários (quase nenhum sabe falar inglês) não sabiam prestar esclarecimentos básicos, como o local de entrada de cada arena. Em frente ao Complexo de Tênis, dezenas de pessoas perdidas procuravam alguma indicação no mapa colocado na boulevard o parque.

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Filas de 40 minutos debaixo do sol escaldante de Copacabana
Filas de 40 minutos debaixo do sol escaldante de Copacabana (Fernanda Thedim/VEJA)

As filas foram outro ponto desanimador, especialmente diante do sol escaldante (mesmo no inverno) carioca. Frederico Pereira ficou 40 minutos na fila para, só então, descobrir que o bar não tinha comida para vender. “Além de demonstrar falta de preparo logo no primeiro dia, é uma falta de respeito ninguém avisar a quem está na fila que não tem nada para comer”, reclamou o advogado, que estava com a mulher e a filha Sophia, de 4 anos. Para comprar uma simples cerveja no centro de tênis era preciso esperar pelo menos 20 minutos. No sol, claro.

As filas pareciam intermináveis por toda a parte. No Maracanãzinho, onde é disputado o vôlei, o tempo de espera equivale a praticamente um set inteiro: “Fiquei esperando um tempo, mas acabei desistindo”, disse Joana Mello, do blog Vôlei Sem Fronteiras, especializado no esporte. Na Praia de Copacabana, o cenário era idêntico. Só que com sol na cabeça. Segundo a organização, 42 caixas estavam em funcionamento, mas não foi o suficiente para atender ao público da arena, que tem capacidade para 12 000 pessoas. “Se eles sabiam quantas pessoas viriam, não era para terem planejado um número de caixas maiores?”, indagava a aposentada Cristina Ramos, de 62 anos.

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No Complexo de Deodoro, apesar da entrada tranquila, as lanchonetes também estavam sem sanduíches, como aliás já havia acontecido ontem na cerimônia de abertura no Maracanã.

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