Alicante, 4 nov (EFE).- O velejador Torben Grael, vencedor da última edição da Volvo Ocean Race (2008-2009) disse nesta sexta-feira, em declarações à Agência Efe que ‘é difícil apontar um vencedor para esta nova edição’.
‘Se falar com o coração, eu diria o Telefónica, por meus dois compatriotas e amigos que estão equipe; se falar com a cabeça, diria Puma ou Camper… Então vamos aguardar’, afirmou.
Com 51 anos e imensa experiência na vela olímpica e na vela oceânica, Grael considerou que ‘embora a prova tenha nove etapas, está claro que a primeira entre Alicante e Cidade do Cabo pode começar a provocar algo de diferente’.
‘Não podemos esquecer que a tradição diz que quem ganha a primeira etapa vence a Volvo Ocean Race’, declarou.
Descendente de uma família dinamarquesa, Torben Grael nasceu em São Paulo no dia 22 de julho de 1960 e começou a navegar com apenas cinco anos. Venceu por duas vezes o Mundial da classe Snipe (1983 e 1987), conquistando o ouro no Mundial de Star em 1990.
É o velejador com maior número de medalhas olímpicas na vela, com cinco no total, embora o sueco Paul Bert Elvstrøm tenha quatro de ouro. Conseguiu as medalhas de ouro na classe Star nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996 e em Atenas 2004; a de prata na classe Soling em Los Angeles 1984 e as de bronze na classe Star em Seul 1988 e Sydney 2000.
Também foi o tático do iate Luna Rossa, da equipe Prada Challenge, que disputou a 30ª edição da Copa América, perdendo a final para o Team New Zealand de Peter Blake e ainda fez parte da tripulação que disputou a Copa Louis Vuitton em Valencia em 2007.
Sobre sua ausência nesta edição da prova, Grael explicou que ‘quando você vence uma edição, o que um velejador espera é poder estar na seguinte com um barco com boas chances de ganhar de novo, nesta ocasião não foi assim e por isto não concorro’.
Grael detém o recorde mundial de velocidade em 24 horas de um monocasco, conseguido em outubro de 2008, na primeira etapa da Volvo Ocean Race 2008-2009 entre Alicante e Cidade do Cabo, com 596,6 milhas percorridas.
‘Nós buscávamos vencer a etapa e tivemos a sorte de encontrar as condições ideais para bater o recorde mundial. Foi algo que queríamos conseguir, mas não velejamos mais rapidamente só para conseguir o recorde. Não sei se poderão alcançá-lo nesta edição, embora haja barcos muito rápidos’, afirmou.
‘Minha primeira participação foi com o Brazil na edição 2005-2006 e alcançamos um brilhante terceiro lugar com um projeto jovem e esperançoso. Na edição seguinte (2008-2009) tivemos a sorte de contar com uma estrutura e uma equipe impressionante como era a do Ericsson e vencemos de forma espetacular. Dessa vez nenhum projeto me convenceu’, relatou.
Assim, a vida náutica de Torben Grael está mais relaxada. ‘Estou competindo no circuito brasileiro de Soto 40 junto com meu filho Marco. Ele é o patrão e eu faço as funções de treinador, mas também trabalho em diversos projetos’, concluiu. EFE