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Tite se segura do início ao fim e carimba carreira distante do RS

Por Da Redação
4 dez 2011, 18h38

Merecimento. Tite se valeu dessa palavra três vezes em sua última entrevista coletiva antes do título brasileiro, obtido antecipadamente neste domingo. Sem acreditar em sorte, ele sempre bateu na tecla de que somente o tempo permite trabalhar um time para fazê-lo merecer glórias. Foi assim, se sustentando por um ano em uma temporada inteira de altos e baixos no comando do Corinthians, que ele se tornou o campeão nacional deste ano e carimbou definitivamente sua carreira distante do Rio Grande do Sul.

‘Em nenhuma outra vez eu dirigi um trabalho em São Paulo com início, meio e fim’, comentou o treinador, na sexta-feira, justificando o sucesso do trabalho atual na capital paulista, após passagens discretas por Palmeiras e o próprio Corinthians – nas duas oportunidades, o objetivo das equipes era escapar da queda para a segunda divisão. Já em terras gaúchas, ele é reconhecidamente multicampeão – dentre os principais feitos, estão o Campeonato Gaúcho de 2000 pelo Caxias, a Copa do Brasil de 2001 pelo Grêmio e a Copa Sul-americana de 2009 pelo Internacional. ‘Cada um deles teve seu grau de importância. O Caxias tinha estrutura, no mínimo, dez vezes inferior às de Grêmio, Internacional e Juventude. Todos os meus títulos foram marcantes. Talvez esse tenha dimensão maior por ser no eixo Rio-São Paulo’.

Se o fim teve título inédito em seu currículo, não foi à toa. Tite iniciou o trabalho em 20 de outubro do ano passado, deixando projeto no Al-Wahda (Emirados Árabes) e reassumindo a equipe em meio à uma queda livre de produção no Brasileiro de 2010. Restando oito jogos para o término da competição, ele atingiu ótimo aproveitamento, com cinco vitórias e três empates, contudo ficou na modesta terceira colocação final. Em vez do sonhado quinto título, o lugar na tabela assegurou ao Corinthians apenas a classificação para a fase de repescagem na Copa Libertadores de 2011. Respaldado pelo trabalho no final da temporada anterior, o técnico acreditava na chance de realizar a maior obsessão corintiana, ao conquistar a Libertadores. Não foi possível. Foi trágico, aliás. Mesmo composto por estrelas como Ronaldo e Roberto Carlos, a equipe acabou eliminada precocemente pelo desconhecido Tolima, da Colômbia, e a torcida não poupou ninguém, muito menos ele. Andrés Sanchez o chamou para conversar. ‘O presidente foi muito forte naquela hora. Vinha pressão de todos os lados. Ele disse para encararmos a situação, trabalhar e deixar o que acontecia do lado de fora. Respeitamos as manifestações do torcedor e revertemos’, relembra o comandante, fazendo referência à partida seguinte à queda, quando venceu o Palmeiras por 1 a 0, no primeiro turno do Campeonato Paulista, e começou a apagar o cenário de terra arrasada.

Depois disso, o Corinthians se estabilizou e chegou à final estadual, diante do Santos, passando novamente pelo Palmeiras na semifinal. Com um empate em casa e um revés na Vila Belmiro, o título escapou. ‘Perdemos para o melhor elenco do Brasil’, argumentou Tite, defendendo-se ao acrescentar que a equipe litorânea se sagraria campeã sul-americana na semana seguinte. Ele continua no cargo para o Brasileiro?, perguntaram alguns. Tite continuou, e mais uma vez sob a proteção e o aviso do mandatário alvinegro: ‘Ele fica. Só será demitido se fizer alguma cag…’.

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Talvez por não ter feito nenhuma besteira mesmo, o técnico se segurou. Com vocabulário mais fino do que o de seu superior – mais fino, mas mais repetitivo também, abusando de expressões como ‘merecimento’, ‘alma’ e ‘conduta’ -, ele fechou seu elenco e aproveitou a concentração exclusiva no Brasileiro para buscar a derradeira tentativa de glória em 2011. Nas dez primeiras rodadas, o Corinthians atropelou: foram nove vitórias e um empate, com aproveitamento recorde de 93,3% dos pontos em disputa. ‘Mas nós sabemos que não será assim até o final’, alertava.

Realmente não foi assim até o final. Depois da primeira derrota (para o Cruzeiro, em casa), a aparência de imbatível ruiu, e o time amargou outro período de instabilidade e caiu na liderança na virada para o segundo turno. A torcida não demorou a pedir a cabeça de Tite de novo. Mas lá estava Andrés e o restante da diretoria de futebol para sustentar o treinador, que não acusou o golpe e conseguiu reerguer seu time dentro da competição, somando 26 rodadas na liderança e terminando à frente dos outros 19 concorrentes. A explicação para o título, segundo o mais novo campeão brasileiro é simples: ‘Merecimento, merecimento, merecimento. Não tem outra coisa’.

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