Jorge Henrique foi expulso e deixou o Corinthians em desvantagem numérica por quase todo o segundo tempo do jogo de ida contra o Emelec, no Equador, além de desfalcar o time na volta, no Pacaembu, mas o técnico Tite nem cogitou uma punição e o recolocou entre os titulares para encarar o Vasco, quarta, no Rio.
‘O Jorge estava bem, saiu por cartão e retorna’, avisou Tite, antes de explicar porque Willian, improvisado como centroavante – e substituído – nas duas partidas contra os equatorianos, foi quem perdeu a vaga.
‘Escolho aqueles jogadores que estão em melhor momento. Poderia manter o Willian, mas vou deixar o Jorge fora? O Alex, que foi decisivo? E o Danilo? Ah, e o Emerson? Só cabem quatro’, justificou o comandante alvinegro, que encheu Willian de elogios nas últimas semanas, mas deixou claro que não quer abrir mão do poder de decisão de Alex, autor do último gol na vitória por 3 a 0 sobre o Emelec.
Na ocasião, o meia ocupou justamente a vaga aberta pela suspensão de Jorge Henrique e foi bem. Mais do que isso: ele já provou que pode render contra o Vasco atuando centralizado ao lado de Danilo e com dois homens abertos pelas pontas, sem um centroavante de ofício.
Foi com esse desenho tático que o Corinthians empatou por 2 a 2 com os cruz-maltinos em São Januário, no segundo turno do Brasileirão-2011, em jogo considerado chave para a conquista do título. Sem Liedson, que não foi a campo naquele dia por causa de dores no joelho, Tite escalou o setor ofensivo com Alex, Danilo, Jorge Henrique e Willian (Emerson estava suspenso) e pediu que os dois meias chegassem à área para marcar gol, o que ambos conseguiram fazer.
O comandante, no entanto, minimiza o fato de estar repetindo um esquema que deu certo, lembra que tem variações para colocar em prática e faz mistério sobre sua estratégia.
‘Foi uma formação que a gente utilizou contra o Vasco, mas temos outras. O Emerson pode jogar por dentro, pelo lado direito, pela esquerda. Dá essa versatilidade’, despistou. ‘Não vou falar sobre posicionamento tático, sobre a função de cada um. Não vou dar armas ao adversário, ele que projete. Só vou passar uma ideia: eu mantenho a característica dos atletas, não os coloco para fazer o que não estão acostumados ou o que nunca fizeram’.